A diferença deve-se, segundo o porta-voz do Centro de Gestão de Desastres da Indonésia, Raditya Jati, às dificuldades de comunicação com as áreas afetadas.
O porta-voz referiu anteriormente a existência de 130 mortos, mas disse hoje que o número de pessoas desaparecidas é superior a 100.
Um forte ciclone provocou chuvas torrenciais na região, que causaram estragos em várias ilhas do arquipélago e deixou milhares de pessoas desalojadas.
As equipas de resgate continuam a lutar para encontrar mais de 100 pessoas desaparecidas, às vezes usando retroescavadoras para remover os destroços acumulados, já que algumas aldeias localizadas em pontos mais altos do país foram parcialmente arrastadas para a costa.
"Esta área nunca mais poderá ser habitada", considerou o responsável do distrito da ilha de Lembata Eliyaser Yentji Sunur, apontando para a aldeia de Waimatan, que foi varrida do mapa.
"Não vamos permitir que as pessoas voltem. Com ou sem acordo, terão de se mudar para outro lugar", acrescentou.
Onesimus Sili, um residente da aldeia, disse que as inundações repentinas destruíram a aldeia durante a noite de sábado para domingo, antes que as pessoas percebessem o que estava a acontecer.
"Por volta da meia-noite, ouvimos um grande estrondo e pensámos que era a erupção de um vulcão próximo", contou, lembrando que "quando se percebeu que era uma cheia repentina, as casas já tinham desaparecido".
Imagens da área oriental da ilha de Flores mostram equipas de resgate a remover vários cadáveres cobertos de lama.
Também em Lembata, as equipas de resgate lutam para ajudar as pessoas, apesar de os recursos serem escassos.
"Os desalojados fugiram para cá apenas com roupas molhadas e nada mais", disse o vice-prefeito da região, Thomas Ola Longaday, sublinhando que as pessoas "precisam de cobertores, almofadas, colchões e tendas".
As autoridades já temem que as unidades básicas de saúde da área fiquem sobrecarregadas.
"Não temos anestesistas e cirurgiões suficientes, mas foi-nos prometido que viriam reforços", disse Longaday.
"Muitas pessoas sofreram fraturas após serem atingidas por pedras, pedaços de madeira ou escombros" adiantou.
A tempestade avança agora em direção à costa oeste da Austrália, mas, de acordo com Raditya Jati, a Indonésia "ainda corre o risco de ter condições atmosféricas extremas nos próximos dias".
Em Timor-Leste, a Proteção Civil anunciou hoje, num balanço provisório, a existência de 34 mortos, referindo que há várias pessoas dadas como desaparecidas.
As cheias em vários pontos do país provocaram milhares de deslocados, com muitas casas destruídas, danos avultados em infraestruturas -- com pontes e estradas destruídas.
Houve ainda danos significativos em várias escolas e outros edifícios públicos, com equipas no terreno a avaliar os estragos.