"A posição decidida pelo ministro [da Saúde, Roberto Speranza], após reunião connosco e outros especialistas, é de recomendar o uso preferencial [da vacina da AstraZeneca] a pessoas com idade superior a 60 anos", destacou, em conferência de imprensa, o presidente do Conselho Superior de Saúde de Itália, Franco Locatelli.
Esta tomada de posição de Itália surge após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ter confirmado hoje uma "possível ligação" da AstraZeneca com os casos incomuns de coagulação sanguínea relatados em algumas pessoas que receberam a vacina, apesar de manter uma opinião positiva sobre o seu benefício.
Franco Locatelli salientou que a maioria dos casos de trombose foram detetados em mulheres com menos de 60 anos e nos primeiros 14 dias após a primeira dose da Astrazeneca, notícia a agência EFE.
Mas quem recebeu a primeira dose desta vacina em Itália poderá receber a segunda dose para completar a imunização.
"Não há elementos" para decidir o contrário, sublinhou.
Segundo o diretor-geral do departamento de prevenção do Ministério da Saúde, Gianni Rezza, entre a noite de quarta-feira e quinta-feira o Ministério da Saúde italiano vai emitir uma circular para esclarecer esta medida.
O ministro da Saúde, Roberto Speranza, participou hoje numa reunião com os homólogos da União Europeia (UE), onde foi debatida a utilização da vacina da AstraZeneca e a intenção de uma tomada de posição conjunta.
Locatelli lembrou que, nessa reunião, a Alemanha e a Espanha, tal como Itália, manifestaram a intenção de limitar a vacina a maiores de 60 anos, enquanto a França pretende fazer para maiores de 55 anos.
A EMA realça que os benefícios da vacina superam os riscos. Das cerca de 25 milhões de pessoas que receberam AstraZeneca, o comité de segurança da EMA confirmou 86 casos de tromboses, dos quais 18 foram fatais.
A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, apelou hoje a uma "posição coordenada" entre os países da UE, sobre a AstraZeneca, que não "alimente" dúvidas sobre esta vacina.
Itália já aplicou 11.697.942 doses de diferentes vacinas contra a covid-19, sendo que 3,9 milhões de pessoas estão já imunizadas após a toma das duas doses.
Das 15 milhões de vacinas que chegaram aquele país, quatro milhões são da AstraZeneca.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.874.984 mortos no mundo, resultantes de mais de 132,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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