Vladimir Putin insistiu com Angela Merkel sobre a responsabilidade de Kiev neste conflito, denunciando "provocações que visam, em última instância, agravar voluntariamente a situação na linha de contacto", contrariando as versões de Kiev, que acusa Moscovo e os separatistas pró-russos de causarem conflitos e tensões.
De acordo com a versão do Kremlin, durante a conversa telefónica com Merkel, Putin sublinhou a necessidade urgente de Kiev cumprir os acordos, particularmente no que diz respeito ao "diálogo direto" com as chamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e no que processo de aprovação de uma lei sobre o estatuto especial destes territórios separatistas.
Ambos os líderes expressaram a sua preocupação com a escalada da tensão no leste da Ucrânia, onde desde final de março os ataques armados e os relatos de mobilização de tropas russas na fronteira se intensificaram.
No telefonema, os dois líderes também expressaram a sua vontade de que ambas as partes em conflito mostrem moderação e acelerem o processo de negociação para cumprir os Acordos de Minsk, de 2015, que consideram ser a única alternativa para resolver o problema.
Nesse sentido, a Rússia e a Alemanha mostraram-se prontas para continuar a coordenar os seus esforços para pacificar a situação, nomeadamente dentro do chamado Formato da Normandia, que incluiu esses dois países juntamente com a Ucrânia e a França.
O Presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, viajou hoje para Donbass, para visitar posições militares avançadas na linha de fronteira, onde pelo menos 25 soldados ucranianos morreram desde o início do ano.
"Como comandante-em-chefe, quero estar ao lado dos nossos soldados nestes tempos difíceis em Donbass", disse Zelensky numa mensagem na rede social Twitter, acrescentando que a "Ucrânia precisa de paz".
A missão especial de monitorização da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que vigia o cumprimento do cessar-fogo, continua a registar violações diárias em Lugansk e Donetsk.
Kiev convocou na terça-feira uma reunião urgente do Grupo de Contacto Trilateral - Ucrânia, Rússia e OSCE - devido ao agravamento da situação de segurança no leste do país.
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