A pandemia de covid-19 não permite que estas delegações sem encontrem nas condições ideais. O comité é assim adiado para uma data posterior, quando o contexto de saúde for mais favorável", adiantaram à agência AFP fontes do gabinete do primeiro-ministro.
Segundo fontes francesas e argelinas, o formato da delegação francesa, reduzido devido à covid-19, foi considerado insuficiente para as autoridades locais, o que levou a este cancelamento tardio.
Para Argel, "o formato da delegação francesa não estava à altura", revelou uma fonte de Paris ligada ao processo.
"A visita ficou reduzida a um único dia e a delegação a quatro ministros. Significa que teria um formato reduzido quando havia muitos assuntos bilaterais para analisar", acrescentou uma fonte argelina.
Esta visita do primeiro-ministro francês à Argélia tinha como objetivo marcar uma nova etapa nas relações entre os países, processo já iniciado pelos presidentes Emmanuel Macron e Abdelmadjid Tebboune.
O objetivo era realizar pela primeira vez, desde dezembro de 2017, um "comité intergovernamental de alto nível", copresidido por Jean Castex e pelo seu homólogo Abdelaziz Djerad.
Entre outros assuntos, seria analisado em particular o balanço da cooperação económica entre França e Argélia.
O movimento de protesto popular 'Hirak' que levou à queda do presidente argelino Abdelaziz Bouteflika em 2019, a crise de saúde motivada pela pandemia e o estado de saúde de Tebboune não permitiu a realização mais cedo desta edição do comité.
Temas como a economia, segurança, educação ou cultura estavam em cima da mesa, bem como acordos "em algumas áreas de cooperação" que iriam ser assinados, apesar de não haver mais informações.
Com o assinalar do 60.º aniversário do fim da Guerra da Argélia (19 de março de 1962) e o aproximar da data da independência da Argélia (05 de julho de 1962), Emmanuel Macron tem promovido uma série de atos simbólicos com o objetivo de reconciliar memórias e procurar uma normalização num relacionamento que continua a ser complexo e apaixonado.
Macron reconheceu "em nome da França" que o advogado e líder nacionalista Ali Boumendjel tinha sido "torturado e assassinado" pelo exército francês e decidiu facilitar o acesso a arquivos confidenciais sobre a guerra da Argélia.
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