Turquia rejeita acusações de sexismo durante visita de Von der Leyen

A Turquia rejeitou hoje veementemente acusações de ter desprezado Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, por causa do seu género, após um lapso no protocolo durante uma reunião no palácio presidencial turco que gerou polémica.

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Lusa
08/04/2021 23:36 ‧ 08/04/2021 por Lusa

Mundo

Sofagate

O caso também resultou numa disputa diplomática entre a Turquia e Itália, cujo primeiro-ministro comparou o Presidente turco a um ditador e falou da "humilhação" de von der Leyen.

Von der Leyen e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reuniram-se com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para conversações sobre as relações Turquia -- UE na terça-feira.

Os convidados foram conduzidos a uma grande sala para falarem com Erdogan, mas apenas duas cadeiras haviam sido colocadas em frente das bandeiras da UE e da Turquia para os três líderes.

Von der Leyen ficou a olhar para o homem que levou as cadeiras, manifestando a sua estupefação com um som "ah!" e um gesto de desilusão.

Foi depois vista sentada num largo sofá beige, afastada dos companheiros masculinos.

As imagens revelaram também uma falha de união entre os dois líderes da UE e deram azo a duras críticas nas redes sociais e acusações de discriminação de género.

A Turquia insistiu que foram aplicadas as regras do próprio protocolo da UE, mas o chefe do protocolo do Conselho da UE disse que a sua equipa não teve acesso, durante a inspeção preparatória, à sala onde aconteceu o incidente.

"Se a sala para a conversa tivesse sido visitada, teríamos sugerido aos nossos anfitriões que, como cortesia, substituíssem o sofá por uma cadeira com dois braços para a presidente da Comissão", escreveu Dominique Marro numa nota divulgada pelo Conselho da UE.

Acrescentou que o incidente pode ter sido motivado pela ordem do protocolo estabelecido pelo tratado da UE.

"Geralmente, o protocolo para terceiros países faz uma clara distinção entre o estatuto de Chefe de Estado, detido pelo presidente do Conselho Europeu, e o estatuto de primeiro-ministro, detido pela presidente da Comissão", afirmou.

O momento embaraçoso tornou-se rapidamente um tema quente muito além de Bruxelas.

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, usou palavras duras contra Erdogan e classificou como "inapropriado" o tratamento que von der Leyen recebeu em Ancara.

O porta-voz principal da Comissão Europeia, Eric Mamer, disse que Ursula ficou surpreendida com os procedimentos, mas decidiu ainda assim prosseguir, "priorizando a substância face ao protocolo".

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, disse que o país esteve sob críticas "extremamente injustas", durante da visita, de alegada negligência a von der Leyen.

"A Turquia é um estado profundamente enraizado e esta não é a primeira vez que recebe um visitante", disse Cavusoglu.

"O protocolo aplicado durante as suas reuniões (internacionais) está de acordo com as regras do protocolo internacional, bem como com as tradições de hospitalidade turcas de renome mundial", defendeu.

Leia Também: 'Sofagate'. PE pede debate com Charles Michel e Von der Leyen

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