Numa atualização perante o Conselho de Segurança da ONU, Mark Lowcock, citado pela agência The Associeated Press, afirmou que dezenas de milhares de pessoas já estou a morrer de fome, com outros cinco milhões perto disso.
Mark Lowcock acrescentou que março foi o mais mortífero deste ano para os civis, com mais de 200 mortos ou feridos em conflitos, e cerca de 350 casas danificadas ou destruídas.
Para a "catástrofe em curso", Mark Lowcock pede ação urgente na proteção de civis, acesso a ajuda humanitária, financiamento, apoio para a economia do Iémen e progresso em direção à Paz.
De acordo com Mark Lowcock, devido a cortes de financiamento, a ONU consegue agora apoiar apenas nove milhões de pessoas por mês, quando há um ano apoiava 14 milhões.
A guerra no Iémen começou em meados de 2014 depois dos rebeldes xiitas Huthis, apoiados pelo Irão, terem pegado em armas contra o governo reconhecido internacionalmente do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi e tomado a capital, Sanaa.
O conflito agravou-se em 2015 quando se iniciou a intervenção militar da coligação árabe, liderada pela Arábia Saudita, em apoio de Hadi.
Os seis anos de guerra causaram cerca de 130.000 mortos, segundo a organização Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Casos, e milhares de deslocados, além da maior crise humanitária do mundo, de acordo com a ONU.
O enviado especial da ONU para o Iémen, Martin Griffiths, mostrou-se hoje satisfeito com o apoio que o seu plano de paz para o país recebeu na sua última visita à região, sublinhando haver "razões para a esperança".
"Discuti em detalhe os nossos atuais esforços para acabar com a guerra no Iémen e em todos os casos encontrei, no mínimo, um consenso no apoio e, com frequência, um papel ativo no apoio aos pontos sobre os quais procuramos um acordo entre as partes", disse Griffiths perante os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O emissário da ONU agradeceu em particular a Omã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos e elogiou "a grande ajuda" dada pelo enviado dos Estados Unidos para o Iémen, Tim Lenderking, para "construir pontes" entre os diferentes grupos do país, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Griffiths, que há um mês alertava para a "dramática deterioração" da situação de guerra, mostrou-se hoje muito mais otimista, sublinhando que "a unidade do Conselho de Segurança foi fortalecida pela unanimidade diplomática e pelas ações específicas de alguns dos seus principais membros".
"Há razões para a esperança: a forma de acabar com a guerra é conhecida e os seus principais elementos são discutidos frequentemente com as partes. Estas discussões reconhecem que abordar a situação humanitária é urgente (...) e a necessidade de construir a confiança e de manter contactos entre as partes, para que não regressem à guerra", disse.
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