O Ministério da Saúde brasileiro pediu, esta sexta-feira, que as mulheres adiem a gravidez até haver melhorias na evolução da pandemia de Covid-19 no país, nomeadamente devido à estirpe brasileira (P.1), que afirma ser mais agressiva em mulheres grávidas.
"Estudo nacional ou internacional não temos, mas a visão clínica de especialistas mostra que a variante [estirpe brasileira] nova tem ação mais agressiva nas grávidas", disse Raphael Câmara, secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, numa conferência de imprensa.
O responsável recomendou ainda que as mulheres esperem, se possível, por um melhor momento para engravidar.
"Na época do zika, durante um, dois anos, houve uma diminuição das gravidezes no Brasil e, depois, um aumento. É normal", afirmou. "É óbvio que não podemos pedir isso a alguém que tem 42, 43 anos, mas para uma mulher jovem, que pode escolher um pouco ali o seu momento de gravidez, o mais indicado agora é esperar um pouquinho até a situação ficar um pouco mais calma."
O responsável justificou o pedido, explicando que a gravidez favorece as tromboses – a formação de coágulos no sangue –, assim como a Covid-19, o que pode tornar a doença ainda mais perigosa na gravidez.
Raphael Parente também reforçou que, conforme estabelece uma portaria do Ministério da Saúde publicada a 15 de março, as mulheres grávidas que tenham doenças prévias têm prioridade na toma da vacina e podem já dirigir-se a um posto de vacinação. As grávidas que não têm doenças também podem ser vacinadas depois de uma avaliação de riscos e benefícios.
Recorde-se que, no ano passado, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos tinha alertado que grávidas corriam maior risco de desenvolver formas graves da Covid-19.
O Brasil registou 365.444 mortes e mais de 13,7 milhões de casos confirmados de covid-19 desde o início da pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.987.891 mortos no mundo, resultantes de mais de 139 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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