Aumento de casos deixa desertas ruas das principais cidades da Índia

O aumento do número de casos de covid-19 levou ao confinamento das principais cidades da Índia durante este fim de semana, deixando as ruas desertas, refere a agência France-Presse (AFP).

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Lusa
17/04/2021 17:29 ‧ 17/04/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Segundo a mesma fonte, as ruas de Nova Deli ficaram desertas hoje devido às medidas de contenção que foram tomadas durante este fim de semana, na capital e nas principais cidades da Índia, depois de um recorde de 234 mil infeções por SARS-CoV-2 identificadas em 24 horas.

A epidemia está a aumentar no país, principalmente em Nova Deli, a capital com 20 milhões de habitantes, onde os hospitais precisam de oxigénio e medicamentos: a cidade vive agora o maior índice de contágios do país, com 24 mil novos casos em 24 horas, contra os 19.500 registados na sexta-feira, lamentou o chefe do governo local, Arvind Kejriwal, citado pela AFP.

A situação é "terrível e preocupante", disse Kejriwal, ao acrescentar que "se a situação piorar" serão tomadas "medidas necessárias nos próximos dias para salvar vidas", prolongando o período de confinamento.

Locais icónicos da capital, como o Forte Vermelho, uma fortaleza histórica normalmente frequentada por dezenas de milhares de visitantes, estavam hoje desertos. "Ninguém veio", comentou um guarda, Anil Dayan, enquanto a polícia controlava inúmeros carros que circulavam nas ruas.

Restaurantes, centros comerciais e ginásios foram encerrados, os casamentos foram limitados a 50 convidados e os funerais a 20 participantes.

"Não entre em pânico. Todos os serviços essenciais estarão acessíveis durante o fim de semana", garantiu o chefe do governo local.

Em todo o país de 1,3 mil milhões de habitantes, os 234 mil novos casos e as 1.341 mortes registados no sábado elevam o número total de infeções para 14,5 milhões e para 175.649 o de mortes por covid-19.

A Índia foi o segundo país mais enlutado no mundo neste sábado, depois do Brasil.

O estado de Uttarakhand, no norte, proibiu encontros de mais de 200 pessoas, enquanto abre uma exceção para a peregrinação hindu de Kumbh Mela, que leva milhões de pessoas para as margens do Ganges.

As festividades religiosas por ocasião desta peregrinação atraíram 25 milhões de pessoas a Haridwar desde janeiro, incluindo 4,6 milhões nesta semana.

Mais de 1.600 pessoas tiveram teste positivo entre a multidão de peregrinos em Haridwar em apenas três dias.

Os especialistas temem que muitos fiéis infetados levem o vírus para as suas cidades.

Além dos feriados religiosos, as reuniões políticas aumentam o receio de uma disseminação galopante da epidemia.

As eleições regionais foram realizadas no estado de West Bengal, no nordeste da Índia, onde os eleitores se aglomeraram em longas filas do lado de fora das secções eleitorais ou em enormes comícios organizados por partidos políticos.

Os hospitais, que enfrentam uma escassez de oxigénio, prescrevem medicamentos como o antiviral Remdesivir, obrigando as famílias a pagar preços exorbitantes no mercado negro.

O objetivo da Índia de vacinar toda a sua população está a esbarrar em obstáculos, nomeadamente por falta de 'stock'.

Apenas 117 milhões de doses foram administradas até agora e as reservas estão a diminuir, de acordo com as autoridades locais.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.000.955 mortos no mundo, resultantes de mais de 139,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.942 pessoas dos 830.560 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Índia com recorde de 234.692 novas infeções nas últimas 24 horas

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