"Tendo em conta a situação atual do coronavírus, o primeiro-ministro, Boris Johnson não poderá viajar para a Índia na próxima semana. Em vez disso, os primeiros-ministros [Narendra] Modi e Johnson falarão no final deste mês para aprovar e lançar os seus planos ambiciosos para a futura parceria entre o Reino Unido e a Índia", refere o comunicado.
Uma visita de Boris Johnson ao país, considerada importante no contexto pós-Brexit para aproximar economicamente os dois países, já tinha sido cancelada em janeiro e estava agora prevista para abril.
Nos últimos dias aumentou a pressão sobre o Governo para a visita ser cancelada e a Índia ser colocada na "lista vermelha" de países com interdição de viagens e cujos viajantes são obrigados a cumprir uma quarentena de 10 dias num hotel designado a um custo de 1.750 libras (2.020 euros).
Os dois países estão atualmente num braço de ferro relativamente a vários milhões de doses da vacina AstraZeneca do Serum Institute, que deveriam ter chegado no mês passado ao Reino Unido, mas que o Governo indiano reteve para usar no país e combater o aumento de casos de covid-19.
Na última semana, a Índia chegou a registar mais de 260 mil novos casos por dia e a capital, Nova Deli, vai entrar hoje em confinamento.
As autoridades de saúde britânicas encontram-se também a investigar a gravidade de uma nova variante do coronavírus descoberta na Índia, conhecida por B.1.617, da qual 77 casos já foram descobertos no Reino Unido.
Em declarações hoje à BBC, o epidemiologista Andrew Hayward, da universidade University College London, disse que ainda não existem conclusões sobre se a variante é mais contagiosa ou poderá ser invalidar as atuais vacinas.
No entanto, perante o risco, disse que o Governo "deve jogar pelo seguro" e colocar a Índia na "lista vermelha" de países dos quais as viagens para o Reino Unido são proibidas, exceto para nacionais britânicos ou estrangeiros residentes no país.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.011.975 mortos no mundo, resultantes de mais de 140,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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