Kiev regista "progressos" nas conversações para regresso do cessar-fogo

A Ucrânia anunciou hoje "progressos significativos" nas negociações sobre o regresso de uma trégua com os separatistas russófonos do leste para terminar com as hostilidades na linha da frente, enquanto decorrem importantes manobras militares russas no mar Negro.

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Lusa
20/04/2021 13:16 ‧ 20/04/2021 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Registaram-se progressos significativos" nas negociações para um cessar-fogo, indicou à agência noticiosa AFP o porta-voz da delegação ucraniana, Oleksii Arestovytch, acrescentando que as conversações prosseguem.

Após uma trégua amplamente respeitada na segunda metade de 2020, os conflitos multiplicaram-se desde o início deste ano entre as forças de Kiev e os combatentes separatistas, que segundo os dirigentes ucranianos e ocidentais são apoiados a nível militar e financeiro por Moscovo.

Em paralelo, as tensões com a Rússia registaram um súbito agravamento após o envio de dezenas de milhares de soldados russos para a fronteira comum, com Kiev a agitar o espetro de uma vasta operação militar.

Por sua vez, Moscovo alertou para uma possível operação ucraniana em larga escala contra o leste separatista, com apoio militar ocidental, e prometeu defender as populações russófonas locais.

A reunião "de urgência" de hoje, que reúne representantes ucranianos e russos sob mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), segue-se a contactos em linha mantidos na segunda-feira entre conselheiros dos dirigentes ucraniano, russo, alemão e francês.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse aguardar que estas negociações permitam o regresso da trégua, na sequência de uma cimeira na sexta-feira, em Paris, com o seu homólogo francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel, que participou através de videoconferência.

A Ucrânia acusa a Rússia de pretender "destruir" o país, enquanto Moscovo assegura "não ameaçar ninguém" apesar de denunciar as "provocações" ucranianas.

A guerra no leste da Ucrânia provocou mais de 13.000 mortos desde o seu início em 2014, logo após a anexação da península da Crimeia por Moscovo.

Em simultâneo, e nesta região do mar Negro, mais de 20 navios de guerra e 50 aviões russos participam hoje em manobras navais, numa confirmação da escalada da tensão na região.

Em comunicado, a Frota do Mar Negro indicou que participam no exercício caças Su-25SM3 e as forças do sistema antiaéreo do Distrito Militar Sul.

A Frota do Mar Negro acrescentou que, no âmbito destes exercícios, foram transferidos para a Crimeia 50 aviões de combate.

Segundo informações oficiais, a Rússia limitou entre 20 e 24 de abril os voos sobre parte da Crimeia e do mar Negro, e declarou a zona "perigosa para a navegação aérea".

Moscovo também anunciou que limitará entre 24 de abril e 31 de outubro a navegação de navios de guerras estrangeiros em águas territoriais russas do mar Negro.

O ministério dos Negócios Estrangeiros especificou que esta medida apenas abrange os vasos de guerra e não afetará a marinha mercante que atravesse o estreito de Kerch, que dá aceso ao mar de Azov e a diversos portos ucranianos e russos.

Leia Também: Há mais militares russos na fronteira com Ucrânia do que em 2014

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