Japão pretende voltar a colocar Tóquio em estado de emergência

O governo japonês pretende voltar a colocar Tóquio e três outras cidades em estado de emergência, devido ao aumento do número de casos de covid-19 e hospitalizações, a três meses de o país receber os Jogos Olímpicos.

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Lusa
22/04/2021 06:43 ‧ 22/04/2021 por Lusa

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Covid-19

 

Já esta sexta-feira, também os distritos de Osaka, Kyoto e Hyogo deverão votar ao estado de emergência, de acordo com fontes ligadas ao processo, citadas pela agência Kyodo.

As restrições, a pedido das autoridades dos próprios distritos, devem incluir o encerramento temporário de centros comerciais e de parques de diversões, mantendo-se durante os feriados da "Semana Dourada", até o início de maio.

Pela primeira vez desde 22 de janeiro, as autoridades de saúde anunciaram hoje a deteção de mais de 5.000 novos casos em todo o país.

De acordo com um painel de especialistas do Ministério da Saúde, as variantes do coronavírus são responsáveis por cerca de 80 por cento das infeções nos distritos de Osaka e Hyogo, bem como por uma parcela de casos em rápido crescimento em Tóquio.

O Ministério da Saúde do Japão disse hoje que 505 novos casos de variantes altamente contagiosas do novo coronavírus foram identificados na semana passada, quase o dobro do registado nos sete dias anteriores.

O número total de pessoas infetadas com variantes do vírus no Japão agora é de 1.880, incluindo aqueles em quarentena em aeroportos, disse o ministério.

Perante o aumento de casos de covid-19, têm vindo a aumentar as dúvidas sobre a possibilidade de realização das olimpíadas, que têm início agendado para Julho, e, na semana passada, o "número dois" do Partido Liberal Democrático do Japão (no poder), Toshihiro Nikai, admitiu o seu cancelamento.

"Se se tornar impossível, deve ser cancelado", disse o secretário-geral do LDP na quinta-feira durante a gravação de um programa de TV.

O primeiro-ministro Yoshihide Suga prometeu realizar olimpíadas "seguras e protegidas", dizendo que servirão como um símbolo do triunfo da humanidade sobre a pandemia. 

Devido à pandemia de covid-19, que em Portugal já causou 16.899 mortos, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Tóquio2020, previstos para o verão passado, foram adiados em cerca de um ano.

Os Jogos Olímpicos vão decorrer entre 23 de julho e 08 de agosto, enquanto os Paralímpicos entre 24 de agosto e 05 de setembro. 

Já em abril, numa sondagem da Kyodo News, apenas 24,5% dos inquiridos se mostraram favoráveis ao evento já neste verão, com 39,2% a pedir o cancelamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e 32,8% a julgarem melhor um novo adiamento.

Uma auscultação recente do setor empresarial, de fevereiro, mostrava que apenas 35% das firmas inquiridas queria o evento. 

O Japão, que desde janeiro de 2020 contabilizou 9.300 mortes por covid-19, tem vindo a registar um aumento de casos de infeção significativo sobretudo nas grandes cidades, a par de uma campanha de vacinação lenta comparada com outros países da mesma dimensão.

Fontes governamentais disseram hoje à agência Kyodo que o Japão espera receber 50 milhões de doses adicionais da vacina contra a covid-19 da Pfizer, depois de o primeiro-ministro Yoshihide Suga ter pedido à empresa farmacêutica para aumentar o fornecimento.

O Japão tem acordos anteriores com a Pfizer para 144 milhões de doses e com a Moderna para 50 milhões de doses.

Também hoje, um painel do Ministério da Saúde aprovou o uso de baricitinibe, medicamento para artrite reumatóide, para tratamento de covid-19.

O grupo farmacêutico norte-americano Eli Lilly and Co. entrou com pedido de aprovação em dezembro e espera-se agora que o Ministério da Saúde aprove formalmente o medicamento dentro de um mês.

Nos Estados Unidos, o baricitinibe foi aprovada para uso em combinação com o medicamento antiviral remdesivir para pacientes com coronavírus que precisam de oxigénio suplementar.

Para tratamento de pacientes com o novo coronavírus, o governo japonês já aprovou o remdesivir, desenvolvido pela empresa norte-americana Gilead Sciences e o esteróide dexametasona.

Leia Também: Japão aponta "muitas semelhanças" com estratégia da UE para Indo-Pacífico

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