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Família acusada de vender lixívia como cura pode ser condenada a perpétua

Uma família norte-americana acusada de vender uma lixívia industrial tóxica como cura para a covid-19 através da sua igreja, na Florida, vai responder em tribunal por três crimes federais que poderão resultar em prisão perpétua.

Família acusada de vender lixívia como cura pode ser condenada a perpétua
Notícias ao Minuto

06:27 - 24/04/21 por Lusa

Mundo Covid-19

As quatro pessoas - Mark Grenon, de 62 anos, e os seus filhos, Jonathan, de 34 anos, Jordan, de 26, e Joseph, de 32 -- foram acusados de conspiração para cometer fraude e de dois crimes de desrespeito, cujo objetivo é comparável a acusações de má-fé.

Se for condenada, toda a família enfrenta possíveis sentenças de prisão perpétua.

Mark Grenon é o arcebispo da Igreja Génesis II da Saúde e da Cura, situada na Florida, onde vende dióxido de cloro (lixívia) como "Solução Mineral Milagrosa", disseram as autoridades.

Os Grenon afirmam que a solução pode curar uma grande variedade de doenças, desde cancro até autismo, malária e covid-19 e, apesar de, em abril passado, um juiz federal de Miami ter ordenado à igreja que parasse de vender a substância, ignoraram a ordem e mantiveram o esquema.

Segundo o organismo regulador dos medicamentos nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration, a solução vendida pelos Grenon constitui uma lixivia usada habitualmente para tratamento de têxteis, celulose e papel e a sua ingestão pode ser fatal.

O líder daquela Igreja foi detido em setembro passado, na Colômbia, por fabricar, promover e vender esta solução como cura para a covid-19 e outras doenças, sendo que, segundo avançou na altura a BBC, a fraude rendia-lhe 100 mil euros mensais.

A solução também chegou a ser vendida noutros países, incluindo Portugal, onde a sua venda não está proibida já que se trata de uma lixívia e, por isso, foge à jurisdição da autoridade nacional do medicamento, o Infarmed.

Esta não é a única solução fraudulenta apresentada como resposta para a covid-19.

Na quarta-feira, o jornal norte-americano The Wall Street Journal noticiou que a farmacêutica Pfizer detetou versões falsificadas da sua vacina contra a covid-19 no México e na Polónia.

As investigações, conduzidas em colaboração com as autoridades locais, descobriram que 80 pessoas no México receberam uma vacina falsa rotulada como o fármaco da Pfizer e BioNTech pagando um preço de 1.000 dólares (cerca de 825 euros) por dose.

Essas doses foram administradas em fevereiro, numa clínica do estado de Nuevo León, e continham simplesmente água destilada, tendo as autoridades mexicanas detido seis pessoas.

A Pfizer levou alguns dos frascos para um dos seus laboratórios nos Estados Unidos e examinou as vacinas falsas, detetando que até o autocolante das ampolas com informações sobre a validade e o lote foi falsificado.

A substância testada na Polónia foi rotulada como uma vacina da Pfizer, mas era um tónico anti-rugas. Neste caso, não há indícios de que a vacina tenha sido administrada a alguém, já que foi confiscada num apartamento.

As autoridades locais, as dos Estados Unidos e as empresas farmacêuticas Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson aumentaram os esforços para detetar mais casos de distribuição de vacinas falsas, que não só podem afetar a confiança nas vacinas como causar problemas de saúde.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.073.969 mortos no mundo, resultantes de mais de 144,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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