"Os arguidos são confessos, agiram de forma consciente e sabiam que o seu comportamento é punível por lei, por isso que diante deste tribunal peço a condenação a pena máxima dos arguidos envolvidos", disse Eugénio Paulo da Graça, representante do MP moçambicano, na primeira sessão do julgamento.
Inês Bota, de 28 anos, foi raptada na cidade da Beira por três homens em finais de dezembro de 2017 e o corpo foi localizado posteriormente nas margens do Rio Pungwe, a cerca de 70 quilómetros do centro da cidade.
O grupo, que inclui um preparador físico de Inês, terá amarrado as mãos da vítima, ainda em vida, atirando-a ao rio, após roubarem os seus cartões de crédito, segundo a acusação do MP.
Na altura as autoridades policiais detiveram três supostos autores do crime, que confessaram e alegaram que pretendiam roubar dinheiro da vítima, que era diretora de uma empresa ligada ao ramo de construção civil.
Um dos acusados (Isaías Nicolau) encontra-se entre os 17 reclusos que em 2018 fugiram da Cadeia Central da Beira, estando a ser julgado à revelia.
Hoje, em tribunal, os dois outros réus voltaram a confessar, responsabilizando, no entanto, o foragido da decisão de tirar a vida da cidadã portuguesa.
"Foi ele quem tirou os atacadores dos seus sapatos, amarrou os braços e pés da vítima, tendo este puxado a vítima para fora do veículo", afirmou o arguido Danilo Jorge, acrescentando que Isaías Nicolau estava armado e, antes de a atirar no rio, terá tentado asfixiá-la.
Além de Danilo Jorge e Isaías Nicolau, é também arguido Jonas Jaume, que também confessou o crime na sessão de hoje.
A leitura da sentença do processo está marcada para 06 de maio.
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