Segundo a associação ambientalista cabo-verdiana, a descoberta foi feita no início de abril, por uma equipa de conservacionistas que está a monitorar de perto este ninho na ilha da Boa Vista.
A Bios.CV - Conservação do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Cabo Verde referiu que até há 25 anos o abutre-do-egito ou britango (Neophron percnopterus) foi uma espécie abundante em Cabo Verde, mas que "tem sofrido um declínio muito rápido e praticamente desapareceu" do país.
"Tudo por causa do envenenamento, falta de alimento e eletrocussão em linhas elétricas", deu conta a associação ambiental, que não sabe dizer ao certo qual a dimensão da população da ave em Cabo Verde.
"Mas deverão existir não mais de 20 abutres em apenas três ilhas: Santo Antão, Boa Vista e Maio. Na ilha da Boa Vista existirão não mais de um a dois casais reprodutores e menos de seis indivíduos", estimou.
De acordo com a Bios.CV, os abutres de Cabo Verde, assim como em outros arquipélagos, são sedentários, enquanto a maioria das outras populações são migradoras.
"Por exemplo, as aves da Europa -- incluindo de Portugal -- passam os Invernos em África, na Península Arábica ou no subcontinente indiano", explicou a mesma fonte, insistindo que a espécie está em declínio.
Nos últimos 40 anos, a população europeia terá sofrido um declínio de cerca de 50%, segundo a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
As razões passam pela redução de disponibilidade alimentar, o uso ilegal de veneno, a perturbação dos locais de nidificação, a colisão com linhas elétricas e a eletrocussão.
Em Portugal, estas aves são uma espécie em perigo de extinção.
E para ajudar na sua recuperação, foi lançado em julho de 2015 o projeto Life Rupis, com medidas em território português e espanhol, mais concretamente na zona do Douro Internacional, onde existe o maior núcleo de abutre-do-egito do país, para reduzir a mortalidade e aumentar a reprodução.
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