Chile com desconfinamento gradual e Argentina reforça restrições

A Argentina tenta evitar uma hecatombe nos hospitais devido à situação pandémica vivida no país, enquanto o Chile opta pelo desconfinamento gradual após uma quarentena rigorosa de um mês.

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Lusa
29/04/2021 20:33 ‧ 29/04/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

A situação pandémica dos dois países vizinhos, apesar de ser antagónica, está a produzir consequências semelhantes na saúde, numa altura em que as infraestruturas hospitalares se encontram sobrelotadas.

O Chile iniciou o desconfinamento progressivo em 26 bairros localizados em várias regiões do país, que terão a possibilidade de circulação livre durante a semana, das 05:00 até ao recolher obrigatório, a partir das 21:00.

A restauração irá abrir, com um limite máximo de quatro pessoas por mesa, assim como as lojas não essenciais, uma medida há muito esperada pelos comerciantes e hoteleiros do país.

Neste primeiro dia de abertura, e de acordo com dados do Ministério dos Transportes, na capital chilena, o fluxo de pessoas a viajar de metro aumentou quase 10% e o tráfego de veículos em 3% em relação à quinta-feira anterior.

O desconfinamento foi decretado após o número de casos do novo coronavírus se manter inalterado, apesar do sistema hospitalar continuar a apresentar níveis de saturação sem precedentes há semanas, acima dos 96%, números que levou a Associação Médica (Colmed), a associação comercial de médicos no Chile, a questionar as novas medidas implementadas.

A Argentina, por outro lado, reforça as medidas de emergência para prevenir novos contágios de covid-19, numa altura em que alguns hospitais já se encontram com todas as camas ocupadas nos cuidados intensivos.

Dentro das medidas anunciadas destacam-se a proibição de condução durante a noite e o encerramento das escolas, ainda que sejam especuladas a implementação de mais medidas como o encerramento das lojas e aumentar os controlos das restrições já existentes.

O país regista um total de 283.779 pessoas infetadas com o vírus, das quais 23.718 foram diagnosticadas nas últimas 24 horas, de acordo com os últimos dados oficiais.

As autoridades de saúde argentinas também registaram 348 mortes nas últimas 24 horas, aumentando o número total de vítimas da pandemia para 62.947 pessoas.

Uma das áreas mais afetadas é a capital Buenos Aires, onde as unidades de cuidados intensivos, no setor público e privado, atingem 76,8% da sua capacidade máxima.

Tanto o Chile como a Argentina, assim como o resto dos países sul-americanos, estão a apostar em campanhas de vacinação para atingir a imunidade à covid-19.

O Chile está a dinamizar um dos processos de vacinação mais bem-sucedidos do mundo, com mais de 8 milhões de pessoas (mais de 50% da população) administradas com uma dose, e mais de 43% com duas doses tomadas.

O processo de vacinação na Argentina é mais preocupante, visto que o Governo acordou com a Pfizer para receber mais doses da vacina que ainda não chegaram.

A campanha já administrou uma dose a 6.806.565 pessoas e duas doses a 908.441 cidadãos argentinos.

A ministra da Saúde argentina, Carla Vizzotti, reuniu-se com representantes da Pfizer para pedir informações sobre "possíveis dificuldades" que a produção de vacinas esteja a atravessar, uma vez é "vital para a organização da campanha de vacinação" do país.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.152.646 mortos no mundo, resultantes de mais de 149,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.974 pessoas dos 836.033 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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