Os migrantes foram resgatados de dois barcos insufláveis, 154 quilómetros a sudeste de Gran Canaria, depois de terem sido detetados por reconhecimento aéreo, na sequência de alertas para a saída de embarcações da costa marroquina em direção ao arquipélago espanhol situado ao largo da costa noroeste africana, segundo o serviço espanhol de Salvamento Marítimo, citado pela EFE.
Num dos barcos insufláveis, foi confirmada a presença de 52 migrantes, dos quais 39 homens, nove mulheres e quatro crianças.
Não é ainda conhecido o número de migrantes a bordo da segunda embarcação, mas de acordo com a EFE o número de ocupantes é idêntico ao primeiro.
Só esta sexta-feira, os serviços de resgate receberam sete alertas de saídas de barcos com migrantes da região do Sahara e de Marrocos com destino às Ilhas Canárias, quatro deles em barcos insufláveis.
Numa das embarcações improvisadas foi encontrada uma bebé com poucas horas de vida, nascida a bordo onde estava a sua mãe e 43 outros migrantes, anunciou hoje o serviço de resgate das Ilhas Canárias.
Já durante a noite, duas embarcações foram avistadas a caminho da Gran Canaria, uma delas com cerca de 20 pessoas a bordo, tendo sido enviados meios de resgate da guarda costeira espanhola, segundo a EFE.
Uma terceira, com 38 ocupantes, está próxima de Lanzarote.
Esta semana, chegou à ilha de Tenerife, no mesmo arquipélago, uma embarcação rebocada por um navio de salvamento, onde estavam os cadáveres de 24 migrantes.
Entre as 24 vítimas mortais, que terão morrido de fome e de sede quando tentavam fazer a travessia até às Ilhas Canárias, encontram-se dois menores de idade.
Todos os migrantes eram provenientes de países da África Subsaariana.
Desde finais de 2019 e com o reforço dos controlos da União Europeia no Mediterrâneo, aumentaram as chegadas às Canárias de embarcações de migrantes provenientes de África, uma travessia particularmente perigosa devido às fortes correntes.
No ano passado, 23.023 migrantes chegaram ao arquipélago espanhol, oito vezes mais do que no ano anterior, de acordo com o Ministério do Interior.
Pelo menos 1.851 pessoas perderam a vida em 2020 enquanto tentavam chegar às Canárias, segundo a organização não-governamental (ONG) Caminando Fronteras, que monitoriza essas migrações.
As Ilhas Canárias estão situadas ao largo da costa noroeste africana, que integra a rota da África Ocidental, conhecida por ser extremamente perigosa, por causa das fortes correntes marítimas.
Nos últimos tempos, esta rota tem atraído cada vez mais migrantes que desejam chegar ao território europeu, a grande maioria a bordo de embarcações muito precárias e sobrelotadas.
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