A morte do manifestante ocorreu depois do chefe da junta militar, Min Aung Hlaing, ter chegado a um acordo no sábado da semana passada para pôr fim à violência, entre outros pontos, durante uma reunião com os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), da qual a Myanmar faz parte.
As autoridades abriram hoje fogo sobre um protesto na cidade de Hsipaw, no nordeste do Estado de Shan, relata o portal Khit Thit Media, acompanhando as notícias com fotos e vídeos do incidente.
Durante a repressão das forças de segurança, uma bala atingiu a cabeça de um jovem birmanês, que perdeu a vida, de acordo com os meios de comunicação social, que referem que outro jovem foi levado de ambulância com um ferimento de bala.
Apesar do compromisso diante dos líderes regionais, Min Aung Hlaing recuou dias depois e disse que dará prioridade à "manutenção da lei e da ordem" e à "estabilidade" antes de "considerar" a cessação das hostilidades, de acordo com um discurso publicado pelo órgão pró-governamental The Global new Light of Myanmar.
Pelo menos 759 pessoas morreram desde a revolta de 01 de fevereiro na repressão das forças de segurança contra o comando militar, segundo números da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP) em Myanmar.
A AAPP também informa que a junta militar tem detidas mais de 4.500 pessoas, incluindo a líder deposta Aung San Suu Kyi, e emitiu mandados de prisão para mais 1.300 pessoas por fazerem parte do movimento de desobediência civil.
A violência e a intimidação, no entanto, não conseguiram parar as manifestações contra o comando militar que continuam diariamente em cidades como Rangum, Mandalay ou Meikhtila, mais de três meses depois do golpe de Estado.
O exército birmanês justifica o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado.
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