Covid-19: "Ninguém está seguro até que todos estejam seguros"

O ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown defendeu hoje a importância de acelerar o acesso equitativo às vacinas contra a covid-19 a nível mundial, exortando a uma ação "imediata" e "concertada" dos países mais desenvolvidos para atingir tal propósito.

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Lusa
03/05/2021 18:05 ‧ 03/05/2021 por Lusa

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Covid-19

 

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"Estamos num momento delicado na luta contra a doença covid-19 e temos de reconhecer que ninguém está seguro até que todos estejam seguros. Nenhum país poderá ficar livre da covid-19 até que todos os países estejam livres da doença", declarou o ex-governante britânico (2007-2010), que hoje participou numa conferência de imprensa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Gordon Brown, enviado especial das Nações Unidas para a Educação desde julho de 2012, frisou, perante os desequilíbrios verificados na atual pandemia e com o processo de vacinação, que as divisões no mundo entre ricos e pobres não podem ser ainda mais agravadas.

"Não podemos permitir que exista uma lacuna ainda maior entre os que são vacinados e os que não são vacinados e que correm o risco de morrer", referiu o representante, sublinhando que quanto mais lento for o acesso dos países mais pobres às vacinas mais possibilidades existem para o surgimento de novas variantes do novo coronavírus (SARS-Cov-2) e para a respetiva propagação.

Durante a intervenção, Gordon Brown saudou os passos dados pelas plataformas Covax e ACT-Accelerator (promovidas pela OMS e que visam assegurar o acesso global e equitativo às vacinas, medicamentos e testes de diagnóstico da covid-19, em particular nos países mais pobres), destacando que estas iniciativas transmitem uma "mensagem clara" sobre a necessidade de salvar vidas.

Dirigindo-se às economias mais ricas do mundo (G7 e G20), que, segundo frisou, têm capacidade para pagar "dois terços dos custos" associados a estes programas à escala mundial, e às várias instituições financeiras multilaterais, Gordon Brown reforçou a urgência da atuação destes atores internacionais e a "responsabilidade clara" que lhes está associada para que os países de pequeno e baixo rendimento possam enfrentar a atual pandemia e restruturar os respetivos sistemas de saúde.

"É necessário agir já e não depois", concluiu.

A pandemia da doença covid-19 provocou pelo menos 3.203.937 mortos no mundo, resultantes de mais de 152,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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