A investigação, noticiada por agência France-Presse (AFP) e pelo jornal Le Monde, é prática recorrente quando um cidadão francês é raptado no estrangeiro e foi lançada depois da confirmação, hoje, de que o jornalista tinha sido raptado pelo Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM, em francês) no início de abril.
Dubois, um colaborador regular do Le Point Afrique e do Libération, é visto num vídeo que hoje circulou em redes e plataformas sociais a dizer que tinha sido raptado no início de abril no Mali por membros deste grupo afiliado à Al-Qaida.
O sequestro do jornalista foi confirmado pelo porta-voz do Governo Gabriel Attal.
No Mali desde 2016, Dubois estava em reportagem em Gao, segundo o secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire.
"Em 08 de abril não regressou ao seu hotel depois do almoço. Este experiente jornalista (...) conhecia bem esta região muito perigosa", acrescentou o responsável.
Num breve vídeo de cerca de 20 segundos, Dubois disse ter sido raptado em 08 de abril na cidade do norte de Gao pelo Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, a principal aliança 'jihadista' no Sahel liderada por Malian Iyad Ag Ghaly.
Sentado de pernas cruzadas no chão num pano verde no que parece ser uma tenda, o jornalista pediu à sua família, amigos e autoridades francesas "para que façam tudo o que estiver ao seu alcance" para o libertarem.
O jornalista, de 46 anos, vestido com um fato cor-de-rosa claro tradicional com uma barba bem aparada, olha fixamente para a câmara e falava com uma voz firme, mas os movimentos dos seus dedos e de uma perna pareciam mostrar um certo nervosismo.
Dubois tinha rumado ao nordeste maliano por iniciativa própria, depois de ter preparado uma entrevista a um líder do grupo 'jihadista'.
Várias organizações tiveram conhecimento imediato do rapto, assim como familiares do jornalista e autoridades francesas, mas as informações não foram divulgadas para não condicionarem as operações.
O rapto de Dubois eleva para pelo menos seis o número de reféns ocidentais detidos no Sahel, num balanço que apenas abrange os casos que foram tomados públicos por comitivas ou governos.
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