Os confrontos com polícias israelitas fizeram hoje "215 feridos", de acordo com o serviço de emergência do Crescente Vermelho, referindo que mais de 153 pessoas tiveram de ser levadas para hospitais locais ou transferidas para hospitais de campanha da entidade noutras cidades.
Entre os feridos, quatro deles estão em estado grave, detalhou um porta-voz deste mesmo serviço médico.
Hoje, centenas de palestinianos lançaram pedras e outros objetos contra os polícias israelitas que estavam na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islão, chamado Monte do Templo pelos judeus.
As forças de segurança israelitas responderam com gás lacrimogéneo, balas de borracha e granadas de atordoamento.
A polícia israelita disse, em comunicado, que está a trabalhar para tentar conter a violência na Esplanada, mas também "em outros setores da Cidade Velha de Jerusalém".
Hoje é um dia especialmente tenso devido à comemoração do Dia de Jerusalém, em que os israelitas celebram o que consideram a reunificação da cidade em 1967, mas que para os palestinianos corresponde ao início da ocupação.
Para a tarde de hoje está programada uma grande marcha pela Cidade Velha - na parte oriental ocupada da cidade - por ultranacionalistas judeus, o que pode exacerbar as tensões.
Para conter a situação, segundo alguns meios de comunicação locais, a polícia israelita vetou hoje o acesso de judeus à Esplanada das Mesquitas. De acordo com o jornal Haaretz, a polícia barrou até agora cerca de 150 pessoas, embora isso não tenha evitado a tensão.
Israel também atacou na noite de domingo alvos do grupo islâmico Hamas em Gaza, após o lançamento de foguetes e balões incendiários a partir do enclave, anunciou hoje o exército israelita.
Perante esta escalada da violência, o Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se hoje, a pedido da Tunísia.
A tensão agravou-se nos últimos dias em Jerusalém e na região, após o aumento de confrontos entre palestinianos e a polícia israelita em Jerusalém.
Na sexta-feira, mais de 200 pessoas ficaram feridas em confrontos entre a polícia israelita e palestinianos, na Esplanada das Mesquitas.
Os quatro membros do Quarteto do Médio Oriente (ONU, UE, Estados Unidos e Rússia) manifestaram, no sábado, "profunda preocupação" perante os confrontos em Jerusalém e pediram contenção às autoridades israelitas.
Os confrontos das últimas noites entre a polícia israelita e palestinianos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, são já considerados os maiores desde 2017, quando Israel decidiu colocar detetores de metais na entrada do local, para depois desistir da ideia.
Os palestinianos protestam há vários dias contra a possibilidade de várias famílias palestinianas virem a ser despejadas das suas casas em Jerusalém Oriental - numa área da cidade ocupada e anexada por Israel - em favor de colonos israelitas.
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