"Esperamos, eu e o meu cliente, que [Lagos] possa chegar à Grécia rapidamente", declarou o advogado Jan De Winter, numa mensagem enviada à agência de notícias AFP.
A Justiça belga deu luz verde, na sexta-feira, para a entrega de Lagos às autoridades gregas, de acordo com um mandado de detenção emitido no final de 2020 na Grécia.
O eurodeputado grego, cuja imunidade foi levantada pelo Parlamento Europeu no final de abril, decidiu não recorrer da sentença, disse o seu advogado, informação confirmada pelo Ministério Público de Bruxelas.
A ordem, emitida em 07 de maio em Bruxelas, declarando o mandado de detenção europeu "exequível", "tornou-se, portanto, definitiva", disse a procuradoria num comunicado à imprensa.
Concretamente, não há mais nada que impossibilite a entrega de Lagos à Grécia. O Ministério Público recusou qualquer esclarecimento sobre quando irá intervir.
Em 28 de abril, durante a sua apresentação perante um juiz belga e no dia seguinte à sua detenção em Bruxelas, Ioannis Lagos declarou a sua recusa em ser extraditado.
Lagos esteve detido numa prisão na capital belga enquanto aguardava a decisão final sobre a execução do mandado de detenção.
Em outubro passado, os tribunais gregos condenaram Lagos a 13 anos e oito meses de prisão por "liderar uma organização criminosa", o que o levou a refugiar-se na Bélgica, segundo fontes parlamentares.
Com 48 anos, este ex-integrante do partido neonazi é um dos 50 membros do Aurora Dourada condenados em outubro após uma maratona de cinco anos e meio de julgamento.
Os líderes do partido foram implicados no assassínio de um músico antifascista, Pavlos Fyssas, em setembro de 2013, perto de Atenas. Tendo ficado em prisão provisória, Lagos foi libertado 18 meses depois, enquanto aguardava o seu julgamento na Grécia.
Lagos foi eleito em 2019 para o Parlamento Europeu sob a bandeira do Aurora Dourada, uma formação que abandonou alguns meses depois para se tornar independente.
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