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FMI defende que 500 milhões de vacinas em excesso devem ir para África

A diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu hoje que o volume de vacinas contra a covid-19 em excesso, estimado em 500 milhões de doses, deve ser canalizado para África "o mais rapidamente possível".

FMI defende que 500 milhões de vacinas em excesso devem ir para África
Notícias ao Minuto

23:52 - 18/05/21 por Lusa

Mundo Vacinas

"Temos de agir rápido para realocar rápido, mas não é só os montantes dos Direitos Especiais de Saque (DES), calculamos que as doses em excesso são na ordem dos 500 milhões, e devem ser canalizadas para quem mais delas precisam, devemos garantir o livre movimento de vacinas e aumentar a produção para mil milhões em 2022 para garantir que andamos depressa", disse Kristalina Georgieva durante a conferência de imprensa que encerrou a cimeira de Paris sobre o financiamento das economias africanas.

Para a líder do FMI, a cimeira marcou uma nova perspetiva sobre o continente, em que a devastação trazida pela pandemia pode evoluir para uma oportunidade de construir um futuro mais 'verde' e mais sustentável.

"Os líderes africanos que ouvi esta tarde querem uma oportunidade de um futuro melhor, com uma economia revitalizada, com mais e melhores empregos para os jovens, e um futuro em que África não fica de fora da era do crescimento económico digital, de baixo carbono e resiliente ao clima", acrescentou Georgieva.

Na intervenção no final da reunião que juntou dezenas de líderes africanos, a líder do FMI reforçou que "aumentar o esforço de vacinação de 20 para 40% este ano, e depois para 60% em meados de 2022 significa que teremos então uma esperança de virar a página".

Falando sobre o impacto económico da pandemia, e antecipando um relatório que o FMI vai divulgar na sexta-feira, Georgieva disse que a recuperação económica valerá 9 biliões de dólares até meio desta década, com 60% a beneficiar os mercados emergentes e, falando diretamente para o ministro da Economia e Finanças francês, afirmou: "Isto significa que haverá 1 bilião de dólares em receitas públicas adicionais", disse, um dia depois de o ministro ter rejeitado estender o perdão de dívida ao Sudão a outros países africanos.

"O que os países podem fazer é usar a crise como oportunidade para aumentar as receitas, melhorar a qualidade da despesa e implementar inovações financeiras", recomendou Georgieva, concluindo que "para evitar uma década perdida é preciso uma mobilização global para ajudar África, mas África tem de se mobilizar a si própria para ajudar o seu povo".

A Cimeira de Paris reuniu hoje dezenas de líderes africanos e europeus, além de responsáveis de organizações internacionais, para promover discussões e encontrar soluções para o financiamento das economias africanos, a braços com uma redução das receitas e um aumento do custo da dívida pública, que limita o investimento no desenvolvimento económico.

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