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Voluntária que abraçou migrante encerra Twitter após mensagens de ódio

Contas associadas à extrema-direita focaram-se nos seus tweets e chegaram a manipular alguns, paralelamente às mensagens de ódio que foi recebendo. "Só lhe dei um abraço", disse Luna, em entrevista.

Voluntária que abraçou migrante encerra Twitter após mensagens de ódio
Notícias ao Minuto

23:01 - 19/05/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Ceuta

Luna, voluntária da Cruz Vermelha, tornou-se na protagonista momentânea de uma crise migratória sem precedentes, no enclave espanhol de Ceuta, em Marrocos, ao abraçar um migrante que acaba de chegar à praia do Tarajal, exausto, enquanto lhe dá água para beber.

Porém, aquilo que não foi mais do que um ato de compaixão foi também visto com celeuma, obrigando a jovem a encerrar a sua conta de Twitter, onde estava a receber inúmeras mensagens de ódio.

A jovem de apenas 20 anos de idade chegou a apelar que lhe parassem de mandar mensagens, mas acabou por ter que fechar a conta na plataforma, uma vez que várias contas associadas com a extrema-direita foram investigar tweets relacionados com a sua vida privada e chegaram a adulterar alguns, passando-se até pelo seu pai.

"Só lhe dei um abraço", disse Luna Reyes Segura à RTVE, numa entrevista feita no local. "Dar um abraço a alguém que pede socorro é o mais normal do mundo", acrescentou.

Na mesma rede social, porém, surge um movimento de apoio à jovem, com várias personalidades espanholas a partilhar as hasgtags 'Gracias Luna' ou 'Todos por Luna'.

Luna relatou que o momento mostrado acima foi complicado, assim como têm sido os últimos dias, sendo os trabalhadores humanitários um testemunho de primeira linha da crise migratória nas costas espanholas. 

Luna está em Ceuta desde março, onde colabora com a Cruz Vermelha para terminar os seus estudos em integração social. A sua mãe é natural de Ceuta, mas a sua família vive em Móstoles, em Madrid. Em Ceuta, mora com colegas de faculdade. "Não estávamos preparadas para uma coisa assim", admitiu.

Leia Também: Crise em Ceuta. EUA apelam a Espanha e Marrocos para que trabalhem juntos

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