Luna, voluntária da Cruz Vermelha, tornou-se na protagonista momentânea de uma crise migratória sem precedentes, no enclave espanhol de Ceuta, em Marrocos, ao abraçar um migrante que acaba de chegar à praia do Tarajal, exausto, enquanto lhe dá água para beber.
Porém, aquilo que não foi mais do que um ato de compaixão foi também visto com celeuma, obrigando a jovem a encerrar a sua conta de Twitter, onde estava a receber inúmeras mensagens de ódio.
A jovem de apenas 20 anos de idade chegou a apelar que lhe parassem de mandar mensagens, mas acabou por ter que fechar a conta na plataforma, uma vez que várias contas associadas com a extrema-direita foram investigar tweets relacionados com a sua vida privada e chegaram a adulterar alguns, passando-se até pelo seu pai.
"Só lhe dei um abraço", disse Luna Reyes Segura à RTVE, numa entrevista feita no local. "Dar um abraço a alguém que pede socorro é o mais normal do mundo", acrescentou.
Na mesma rede social, porém, surge um movimento de apoio à jovem, com várias personalidades espanholas a partilhar as hasgtags 'Gracias Luna' ou 'Todos por Luna'.
#GraciasLuna Estoy convencido de que también abrazarías a aquellos malvados que te han hecho abandonar Twitter si te los encontraras en una situación similar a la del migrante. Porque tú eres buena. Así de simple. pic.twitter.com/Rt8XZhhH43
— David Martínez (@dmartinezpr) May 19, 2021
Me ha apetecido cambiar la foto de perfil para dar las gracias a un gran ser humano. Os la dejo por si os apetece a vosotros también. #GraciasLuna pic.twitter.com/7Z0NWM4735
— Carmela Ríos (@CarmelaRios) May 19, 2021
#GraciasLuna
— Carme Chaparro (con mascarilla) (@CarmeChaparro) May 19, 2021
Y desprecio absoluto a los frígidos emocionales que la han acosado hasta obligarla a cerrar sus cuentas en las redes sociales. pic.twitter.com/unY9e4zfSt
Si hubiera más Lunas en el mundo otro gallo nos cantaría.
— Yo Claudia. (@ClauIrenita99) May 19, 2021
Luna me representa. #GraciasLuna#OrgulloLunapic.twitter.com/l8ajWdkdXm
Luna relatou que o momento mostrado acima foi complicado, assim como têm sido os últimos dias, sendo os trabalhadores humanitários um testemunho de primeira linha da crise migratória nas costas espanholas.
Luna está em Ceuta desde março, onde colabora com a Cruz Vermelha para terminar os seus estudos em integração social. A sua mãe é natural de Ceuta, mas a sua família vive em Móstoles, em Madrid. Em Ceuta, mora com colegas de faculdade. "Não estávamos preparadas para uma coisa assim", admitiu.
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