A chanceler alemã, que abandona o cargo após as eleições legislativas de 26 de setembro, é conhecida como uma trabalhadora infatigável, quer nas numerosas negociações que manteve com os líderes mundiais, quer nos encontros com os chefes dos estados federados (lander) alemães.
No entanto, interrogada hoje num debate organizado pela rádio WDR sobre como pretenderia ser descrita pelos livros de história, apenas respondeu: "que não fosse preguiçosa".
O comentário da chanceler, 66 anos, com um sorriso no canto dos lábios, é a imagem do caráter pouco extrovertido de quem permanece a personagem política favorita dos alemães.
De maratonas diplomáticas a cimeiras europeias noturnas, a dirigente sempre causou espanto pela sua resistência à fadiga, indica a agência noticiosa AFP.
A propósito do seu sono, explicou em 2015: "Tenho as capacidades dignas de um camelo. Tenho uma certa tendência em acumular. Mas em determinado momento tenho necessidade de me refazer por completo".
Nesse mesmo ano, suportou uma noite em branco e 16 horas de negociações em Minsk para um cessar-fogo na Ucrânia, e de seguida dois dias de cimeira europeia onde assumiu protagonismo no decurso da "crise da dívida" grega.
A chanceler sempre fez questão de consultar e reunir com o tempo necessário para que seja tomada uma decisão.
"O meu método de trabalho foi sempre criar laços, resolver os conflitos através da discussão", explicou ainda durante o debate, por oposição a outros comportamentos que consistem em "recarregar as tensões e deixá-las explodir".
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