As autoridades de Berlim tinham decidido proibir a manifestação do movimento que combina teorias esotéricas, conspiratórias e doutrinas de extrema-direita por receio de que as normas de segurança não fossem respeitadas.
Os organizadores recorreram em tribunal, tendo visto rejeitadas as suas pretensões com o fundamento de que a experiência de anteriores manifestações tornava plausíveis os receios das autoridades.
O ponto de encontro marcado para a manifestação de hoje foi a Coluna da Vitória, mas a polícia impediu os manifestantes de lá chegarem.
"Estamos aqui porque queremos impedir a violação da proibição de algumas manifestações, mas também protegemos outras manifestações que são permitidas", disse um porta-voz da polícia à agência de notícias espanhola EFE, perto do local onde a manifestação proibida se realizaria.
"Ou seja, por um lado garantimos a liberdade de manifestação e, por outro, tentamos impor a proibição quando uma manifestação é proibida", acrescentou o mesmo porta-voz.
Nas proximidades do ponto de encontro inicialmente previsto, as pessoas foram desviadas e impedidas de montar um cenário provisório.
"Encontrámos pessoas que queriam manifestar-se apesar da proibição. Fizemo-los partir. Também apreendemos camiões com palcos e desviámos autocarros com manifestantes", adiantou o porta-voz.
Alguns grupos de manifestantes tentaram chegar ao ponto de encontro a pé a partir do Porta de Brandenburgo, mas a polícia impediu-os de o fazer e isolou a praça circundante.
Em resposta, houve marchas de rua, algumas das quais levaram a confrontos com a polícia.
Segundo os jornais de Berlim, também houve ataques a jornalistas por parte dos manifestantes.
De acordo com a polícia, por volta das 14:00 tinham sido efetuadas cerca de 100 detenções provisórias relacionadas com os protestos.
Em Leipziger Platz, a poucos metros de Potsdamer Platz, a polícia cercou os manifestantes, que, no entanto, conseguiram romper o cerco.
Pelo menos um fotógrafo, segundo a imprensa berlinense, foi também atacado pelos manifestantes.
Através do Twitter, a polícia advertiu que também não haveria manifestações autorizadas ao lado da Coluna da Vitória no domingo ou na segunda-feira.
"Nem hoje, nem amanhã, nem na segunda-feira de Pentecostes". "As proibições ainda são válidas", disse a polícia na sua conta no Twitter.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.445.582 mortos no mundo, resultantes de mais de 165,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.