República da Somalilândia vai às urnas em teste à capacidade eleitoral
Mais de um milhão de eleitores foram hoje chamados às urnas na autodeclarada República da Somalilândia para eleições parlamentares e locais, nas quais as autoridades pretendem demonstrar a sua capacidade de realizar eleições democráticas e pacíficas.
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Mundo Eleições
A região separatista no noroeste da Somália declarou a independência há 30 anos, mas não é reconhecida internacionalmente.
O Presidente Muse Bihi Abdi e os líderes dos dois partidos da oposição, que votaram na capital Hargeisa, apelaram a uma votação sem sobressaltos.
"A Somalilândia vota pela paz. Isto é uma honra para o nosso povo (e) o Corno de África como um todo", disse Musse, na sua conta do Twitter.
Os eleitores com 15 anos ou mais - a idade legal de voto no país - deverão escolher entre cerca de 250 candidatos para os 82 lugares parlamentares, e cerca de 1.000 candidatos para os 249 lugares do conselho local.
Foram relatadas longas filas de espera fora de algumas mesas de voto.
"As pessoas começaram a fazer fila antes do amanhecer, esperando ansiosamente para votar", disse Dahir Ahmed, um agente da polícia que guardava uma mesa de voto em Hargeisa, sublinhando que a "segurança é apertada".
Ambas as eleições estão atrasadas há anos. As últimas eleições legislativas foram realizadas em 2005.
Esta votação é "um momento importante para a democracia na Somalilândia", disse uma equipa de monitorização independente financiada pelo Reino Unido.
A comissão eleitoral nacional reconheceu que os atrasos nas eleições eram recorrentes na Somalilândia, mas salientou que todos "foram conduzidos de forma pacífica e inclusiva, uma ocorrência muito rara nesta região volátil do Corno de África".
As eleições de sufrágio universal e suave da Somalilândia contrastam fortemente com a Somália e o seu frágil governo, que não realizou uma eleição "uma pessoa, um voto" em 50 anos.
Após meses de impasse que levou à violência mortal, o Governo em Mogadíscio e os líderes dos cinco estados semi-autónomos da Somália concordaram em finais de maio em realizar eleições no prazo de 60 dias, inicialmente previstas para fevereiro, o mais tardar.
As eleições serão realizadas sob um sistema indireto, no qual delegados especiais nomeados por uma miríade de clãs e subclãs selecionam parlamentares, que por sua vez nomeiam o presidente.
A Somalilândia declarou a sua independência da Somália após a queda do autocrata Siad Barre, em 1991 e, embora extremamente pobre, tem gozado de paz e estabilidade, uma vez que a Somália mergulhou no caos.
A Somalilândia tem o seu próprio governo, o seu próprio exército e imprime a sua própria moeda. Mas não obteve reconhecimento internacional e é oficialmente parte da Somália.
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