Número de mortos em ataques a aldeias na RDCongo subiu para 50

Pelo menos 50 civis foram mortos no domingo à noite num ataque a duas aldeias no nordeste da República Democrática do Congo (RDCOngo), uma região marcada pelos confrontos entre grupos étnicos locais e pela presença de rebeldes do vizinho Uganda.

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Lusa
31/05/2021 16:27 ‧ 31/05/2021 por Lusa

Mundo

RDCongo

 

"O número de mortos dos ataques de ontem à noite [domingo] aumentou para pelo menos 50 civis mortos: 28 em Boga e 22 em Tchabi" em território Irumu, Ituri, informou a organização não-governamental (ONG) Barómetro de Segurança Kivu (KST).

Os assaltantes atacaram o centro de deslocados de Rubingo, não muito longe do centro de Boga, referiu a mesma fonte.

Entre as vítimas do ataque estava a mulher de um líder local, indicou a KST.

Um líder da sociedade civil local atribuiu as mortes aos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas Ugandesas (ADF). Contudo, a região é também marcada por fortes antagonismos entre os grupos étnicos locais.

O deputado Gracien Iracan disse que existem dezenas de cadáveres na zona. "Continuam a ser encontrados corpos, pelo que é provável que o número de mortes aumente. Ainda há muitos feridos no mato, para onde todos fugiram", disse Iracan à AFP.

"Sete camiões estão a carregar os corpos, é uma situação dramática. Os atacantes chegaram em grande número. O ataque foi bem dirigido, com dois funcionários locais mortos", acrescentou, não excluindo "um acerto de contas" entre grupos étnicos.

As duas aldeias atacadas, a cerca de 10 quilómetros de distância, encontram-se na fronteira entre o Kivu Norte e Ituri, numa zona fronteiriça com o Uganda, onde se sabe que a ADF está ativa.

As ADF são um dos grupos armados ativos nesta região, que tem sido flagelada pela violência, há quase 25 anos.

Originalmente rebeldes muçulmanos ugandeses que se estabeleceram na RDCongo, em 1995, as ADF são de longe o mais mortífero dos 122 grupos armados identificados no leste do Congo pelo KST.

A 11 de março, os Estados Unidos colocaram as ADF entre os "grupos terroristas" afiliados aos rebeldes da organização Estado Islâmico (EI).

Leia Também: Igreja católica denuncia ataques armados a escolas e hospitais na RDCongo

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