"Já desceu (o fluxo migratório) porque estamos a aplicar (...) um plano conjunto que está a começar a dar resultados. Ainda falta, mas está a avançar, já não é como em março", afirmou Andrés Manuel López Obrador, numa conferência de imprensa.
O líder mexicano referia-se à recente vaga migratória de milhares de pessoas observada na fronteira entre o México e os Estados Unidos da América (EUA) após a tomada de posse, a 20 de janeiro, da nova administração liderada pelo Presidente Joe Biden.
Muitos destes migrantes eram menores desacompanhados, oriundos maioritariamente de países da América Central como Guatemala e Honduras.
No passado mês de abril, o Serviço de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) dos EUA reportou a detenção de mais de 178 mil migrantes indocumentados, um número que superou o valor recorde registado em março, período durante o qual foram contabilizadas mais de 172 mil detenções.
López Obrador não forneceu hoje muitos detalhes sobre este plano conjunto, mas, em abril passado, o Governo do México avançou que ia contar com 12 mil elementos destacados, incluindo militares e funcionários dos serviços migratórios, para travar a vaga migratória.
"Fizemos duas reuniões com autoridades do sul do país, com os governadores de Campeche, Tabasco, Chiapas e com todos os presidentes municipais da faixa fronteiriça do sul e estamos a trabalhar de forma coordenada", disse López Obrador.
O chefe de Estado mexicano também se manifestou otimista com a futura reunião que terá com a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, no próximo dia 08 de junho no México, acreditando que o encontro será "muito frutífero".
Em março passado, e perante o número recorde de chegadas de imigrantes irregulares à fronteira dos EUA com o México, o Presidente Joe Biden encarregou a gestão deste difícil e sensível dossiê à vice-presidente norte-americana.
"A cooperação é fundamental, temos amizade com o governo dos EUA, não há divergências, não há processos judiciais e também somos obrigados a concordar porque somos vizinhos", defendeu o Presidente mexicano.
A fronteira entre o México e os EUA, que se estende por mais de 3.000 quilómetros, é uma das mais movimentadas do mundo, com o registo de um tráfego diário superior a um milhão de pessoas e de trocas de bens e serviços avaliadas por dia na ordem dos 1,7 mil milhões de dólares (1,4 mil milhões de euros).
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