O relatório, que foi publicado na segunda-feira, refere que o Irão não respondeu às dúvidas concretas sobre atividades em matéria de energia nuclear e confirma o enriquecimento de urânio em quantidade e pureza superiores ao que foi acordado no tratado internacional de 2015.
"Até agora, o Irão fez o máximo esforço para cooperar de forma substancial com o organismo e proporcionar esclarecimentos e respostas necessárias", disse Kazem Gharibabadi, representante de Teerão junto da AIEA, através de uma mensagem difundida pela rede social Twitter.
O organismo das Nações Unidas considerou "profundamente preocupante" que o Irão continue sem responder às perguntas sobre a presença de material radioativo utilizado na fissão nuclear em três instalações não declaradas para o efeito até ao momento, o que afeta a capacidade da agência no apuramento de garantias sobre a natureza pacífica do programa iraniano.
A falta de transparência pode constituir uma violação dos acordos de salvaguarda do Irão em relação à agência da ONU, além da falta de cumprimento do acordo quanto à pureza e quantidade do urânio enriquecido.
O regime de Teerão tem vindo gradualmente a incumprir com os seus compromissos nucleares, desde 2019, em resposta ao restabelecimento de sanções pelos Estado Unidos, ainda sob a administração de Donald Trump.
Atualmente, decorrem em Viena, negociações entre o Irão e os países membros do acordo nuclear assinado em 2015, do qual os EUA participam indiretamente, depois de terem abandonado unilateralmente o pacto, em 2018.
Se essas negociações se concretizarem e os EUA voltarem ao acordo nuclear, espera-se a eliminação das sanções contra o Irão, incluindo as que penalizam as suas exportações de petróleo.
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