"A digitalização tem potencial para transformar radicalmente os sistemas de saúde e, desta forma, a vida de milhões de utentes, das suas famílias e dos profissionais de saúde. Também pode tornar a indústria europeia do setor da saúde mais competitiva. É por isso que a Comissão Europeia faz da criação do espaço europeu de dados de saúde uma prioridade", assegurou Stella Kyriakides.
Falando no 'eHealth Summit', um evento sobre inovação e transformação digital do setor organizada pelo Ministério da Saúde, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), a comissária adiantou que a CE está a trabalhar em conjunto com os Estados-Membros para encontrar uma estrutura que permita partilhar informação de forma segura ao nível dos cuidados de saúde primários, da decisão de políticas públicas e da investigação e inovação.
"O nosso ponto de partida tem de ser o respeito completo pelas regras e valores europeus. Os pacientes devem continuar a manter o controlo dos seus dados. Este é um direito fundamental na União que não é negociável", garantiu Stella Kyriakides.
Segundo disse, neste projeto as infraestruturas digitais "são cruciais", com a Comissão a prever lançar, ainda este ano, um projeto-piloto para testar a criação do espaço europeu de dados de saúde.
"A minha ambição é que, em 2025, todos os cidadãos consigam partilhar os seus dados de saúde com prestadores de cuidados da sua escolha quando viajam para o exterior", salientou a comissária europeia, ao avançar que, atualmente, cidadãos de sete países, entre os quais Portugal, já têm essa possibilidade.
No encerramento do primeiro dia do encontro, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, considerou que a pandemia da covid-19 veio acelerar a transição digital no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Embora Portugal já tivesse iniciado o caminho da transição digital antes da pandemia, é certo que essa emergência sanitária teve um efeito catalisador na necessidade de implementação de serviços e produtos", adiantou Lacerda Sales.
Nos últimos meses de combate a pandemia, os avanços digitais que se verificaram no setor da saúde têm "garantido eficácia na ação, segurança na decisão e resiliência do SNS", referiu o secretário de Estado, ao recordar que o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal prevê um investimento de 300 milhões de euros nesta área.
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