Vacinar as crianças não é prioritário, avisa OMS

A especialista em vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS) Kate O'Brien disse hoje que imunizar crianças contra a covid-19 não é uma prioridade, na perspetiva da OMS, dado o suprimento global extremamente limitado de doses.

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© REUTERS/Amanda Perobelli

Lusa
03/06/2021 20:12 ‧ 03/06/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Em conferência de imprensa, disse que as crianças não deveriam ser o foco dos programas de imunização à covid-19, mesmo com um número crescente de países ricos a autorizar a vacinação contra o coronavírus em adolescentes e crianças.

"As crianças têm um risco muito baixo de contrair a Covid", disse O'Brien, pediatra e diretora do departamento de vacinas da OMS. Para a responsável, a justificação para imunizar crianças era interromper a transmissão, em vez de protegê-las de adoecer ou morrer.

"Quando estamos neste lugar realmente difícil, como estamos agora, onde o fornecimento de vacinas é insuficiente para todos no mundo, imunizar crianças não é uma prioridade agora".

O'Brien afirmou que é fundamental garantir que os profissionais de saúde e os idosos, ou aqueles com doenças subjacentes, sejam vacinados antes de adolescentes e crianças.

Canadá, Estados Unidos e alguns países da União Europeia, recentemente, deram luz verde a algumas vacinas para crianças dos 12 aos 15 anos, conforme se aproximam das suas metas de vacinação para adultos.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, exortou os países ricos a doarem vacinas aos países pobres em vez de imunizar os seus adolescentes e crianças. Menos de 1% das vacinas contra a covid-19 administradas globalmente foram usadas em países pobres.

O'Brien disse que pode ser apropriado imunizar crianças contra o coronavírus "no devido tempo, quando o fornecimento aumentar muito mais substancialmente", e acrescentou que não é necessário vacinar as crianças antes do regresso à escola, desde que os adultos em contato com elas estejam imunizados.

"A imunização das crianças para o seu regresso à escola não é um requisito predominante", disse. "Podem voltar para a escola com segurança se o que estamos a fazer é imunizar aqueles que estão em risco, ao seu redor".

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