Confrontos tribais no Darfur do Sul resultam em pelo menos 36 mortos

Pelo menos 36 pessoas foram mortas e dezenas feridas em confrontos tribais no final da semana passada no Darfur do Sul, sudoeste do Sudão, junto à fronteira com a República Centro-Africana, divulgou hoje a agência estatal sudanesa Suna.

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Lusa
07/06/2021 12:49 ‧ 07/06/2021 por Lusa

Mundo

Darfur do Sul

As razões dos confrontos entre a tribo Fallata e a tribo árabe al-Taicha em Um Dafuq, no estado do Darfur do Sul, não são claras, mas conflitos sobre o acesso à terra e à água são comuns na região.

"O exército foi destacado para conter os confrontos" na área de Um Dafuq, a oeste da capital estadual de Nyala, no Darfur do Sul, "entre as tribos Fallata e Taicha, que provocaram 36 mortos e 32 feridos em ambos os lados", anunciou a Suna, citando oficiais daquele estado sudanês.

A área dos confrontos situa-se na fronteira com a República Centro-Africana. De acordo com uma informação posterior da Suna, os confrontos abrandaram entretanto.

A violência surgiu de uma disputa de terras entre as duas tribos, disse o colaborador de uma agência humanitária à agência Associated Press, que falou sob condição de anonimato, por razões de segurança.

Em abril último, 132 pessoas morreram em confrontos entre as tribos árabes e os Massalites, um povo do Darfur Ocidental e do leste do Chade.

Em janeiro, duas semanas após o fim da missão de paz conjunta das Nações Unidas e da União Africana (Unamid) no Darfur, confrontos semelhantes fizeram mais de 250 mortos, a maioria dos quais também no Darfur Ocidental.

A população do Darfur protestou contra o anúncio da retirada da Unamid no final de dezembro.

A violência contínua naquele estado é um dos muitos desafios com que se confronta o governo de transição do Sudão - no poder após a remoção do antigo líder autocrático, Omar al-Bashir, em abril de 2019.

Cartum assinou em outubro último um acordo de paz com vários grupos rebeldes, incluindo do Darfur, e prossegue as conversações de paz com alguns grupos insurgentes recalcitrantes, que não parecem, no entanto, ligados aos surtos de violência recentes.

O conflito no Darfur entre o regime de Al-Bashir e membros de minorias étnicas que se sentiam marginalizados teve início em 2003, com o governo sudanês a recorrer a milícias armadas, compostas principalmente por nómadas árabes, que mais tarde foram acusados de "limpeza étnica".

A violência deixou cerca de 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados, na sua maioria nos primeiros anos do conflito, segundo as Nações Unidas.

Leia Também: Crimes no Darfur. TPI pede que autoridades entreguem acusado

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