Começa na Holanda julgamento sobre avião MH17 abatido na Ucrânia em 2014

Juízes holandeses começaram hoje a julgar o caso que envolve quatro suspeitos na queda do avião da Malasysia Airlines (MH17) derrubado sobre a Ucrânia em julho de 2014 matando os 298 ocupantes do aparelho.

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© Reuters

Lusa
07/06/2021 13:03 ‧ 07/06/2021 por Lusa

Mundo

MH17

A preparação do julgamento prolongou-se durante mais de um ano.

Nos próximos quatro dias, os juízes do Tribunal de Alta Segurança, localizado no complexo judicial de Schiphol, próximo do aeroporto de Amesterdão, vão examinar com detalhe as provas contra os quatro suspeitos do processo, que reúne mais de 40 mil páginas.

Desde o dia 09 de março de 2020 realizaram-se 25 sessões preparatórias. 

A Procuradoria acusa de homicídio três cidadãos russos - Igor "Sterlkov" Girkin, Sergei Dubinsky e Oleg Pulatov - e um ucraniano - Leonid Kharchenko -, à revelia.

Apenas Pulatov reconhece o julgamento na Holanda, mas mesmo assim não vai comparecer, estando representado por uma equipa de advogados holandeses com quem se reuniu em Moscovo para a preparação do caso. 

Os juízes vão ter de decidir se o voo MH17 foi derrubado por um míssil Buk de fabrico russo no dia 17 de julho de 2014 no Leste da Ucrânia, um facto que a Procuradoria considera provado, apesar de a defesa de Pulatov exigir uma investigação "sobre outros cenários".

Outra das questões em aberto é a origem do disparo do míssil: a acusação afirma que o aparelho foi derrubado a partir de uma zona controlada pelas forças pró-russas no Leste da Ucrânia.

Esta acusação é contestada pela defesa de Pulatov, que argumenta que as conversas telefónicas detetadas e usadas como prova contêm "mensagens de propaganda" que foram utilizadas para confundir a "outra parte do conflito".

Caso sejam confirmadas as teorias da Procuradoria, os juízes vão ter de determinar com as provas disponíveis qual foi o papel dos quatro suspeitos nos acontecimentos.

Acredita-se que são militares de alta patente e que atuavam nas zonas separatistas no momento da tragédia, tendo como missão garantir que o lança mísseis Buk se instalava na zona de forma discreta.  

Hoje vão ser discutidos os procedimentos que vão ser cumpridos nos próximos dias.

Nenhum dos acusados está acusado do disparo ou da ordem de lançamento, sendo que esse ponto em particular continua em aberto e sob investigação da equipa que trata de saber como foi abatido o Boeing 777 que partiu há sete anos do aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, com destino a Kuala Lumpur, na Malásia.

Calcula-se que no final do mês, a Procuradoria e a defesa possam pronunciar-se sobre as provas que consideram importantes e que em setembro as famílias das 298 vítimas, na maior parte holandeses, tenham oportunidade para participar no processo judicial.

Mais de 70 pessoas ligadas às vítimas pretendem falar em tribunal.

Leia Também: Juízes e advogados fazem visita a destroços do avião do voo MH17

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