"É uma quimera (...) uma pista falsa, uma ilusão. Não façam os europeus acreditar (...) que é em África que vamos processar o pedido de asilo", insistiu Clément Beaune.
"É um erro político", acrescentou, lamentando também que a medida tenha sido tomada pelo governo social-democrata da primeira-ministra Mette Frederiksen.
A Dinamarca aprovou uma lei em 03 de junho que prevê que qualquer requerente de asilo neste país, uma vez registado o seu pedido e com raras exceções, como uma doença grave, seja enviado para um centro de acolhimento fora da União Europeia.
O governo dinamarquês assegura ter conversações com cinco a 10 países, não identificados. Os nomes do Egito, Eritreia e Etiópia circulam na imprensa dinamarquesa, mas é sobretudo com o Ruanda que as negociações parecem mais avançadas.
"É aceitável a nível humano e mesmo em termos de eficiência criar campos para migrantes, que potencialmente têm direito a asilo, em países que se encontram em África, que já se encontram em dificuldade? Honestamente, acredito que estes não são valores europeus", disse Clément Beaune.
A Dinamarca, que não faz parte da política comum da União Europeia em matéria de justiça e imigração, adotou há décadas uma linha dura nesta matéria, que os sucessivos governos não mudaram.
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