Fujimori dirigiu-se aos seus apoiantes a partir de uma plataforma instalada num camião que exibia um grande slogan que dizia "democracia sim, comunismo, não".
Enquanto os apoiantes gritavam "não à fraude" e "respeitem o meu voto", a candidata do partido de direita Força Popular agradeceu aos grupos que organizaram a manifestação "para pedir que o seu voto seja respeitado".
"Esta é a expressão mais democrática do que 50% dos peruanos representam", disse, antes de frisar que quer que o país tenha "uma mudança, mas uma mudança em frente".
A partir daí, reiterou que desde segunda-feira, o partido começou a receber queixas de cidadãos sobre "centenas de irregularidades" alegadamente cometidas durante o processo eleitoral e que, por esta razão, o partido apresentou mais de 800 pedidos de anulação de votos perante o Júri Nacional de Eleições (JNE).
Fujimori disse que o partido de Castillo, Perú Libre, não quer que estes pedidos de anulação sejam analisados "porque eles têm a consciência suja.
"Declarei claramente que respeito os órgãos eleitorais, não os insultos ou ameaço como fazem os meus opositores, mas o que queremos é uma eleição transparente", reiterou,
Há dias que apoiantes pró-Fujimori protestam diante da casa do presidente do Júri Nacional Eleitoral (JNE), Jorge Luis Salas, que deve decidir sobre os pedidos de nulidade, a quem acusam de ser "terrorista".
Enquanto a candidata se dirigia aos seus apoiantes, o Gabinete Nacional de Eleições (ONPE) atualizou os números das eleições de domingo passado, que com 99,925% dos votos contados dão a Castillo uma vantagem de 49.710 votos sobre Fujimori.
Em percentagem de votos válidos, o candidato do partido Peru Libre recebeu até agora 50,141% dos votos e a candidato do partido Força Popular 49,859%.
A JNE não proclamará o vencedor das eleições até que reveja as centenas de pedidos de anulação dos cadernos eleitorais, a maioria dos quais foram apresentados por Fujimori.
Os peritos eleitorais dizem que este processo poderá levar entre uma a duas semanas.
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