Realizada quatro anos depois da última, esta cimeira será então focada na recuperação da crise sanitária e económica pós-pandémica e na melhoria das relações comerciais, esperando-se que uma declaração conjunta seja assinada no final da reunião.
Joe Biden representa a administração norte-americana enquanto a UE estará representada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Em cima da mesa está, principalmente, a pandemia de covid-19, nomeadamente no que toca à suspensão temporária patentes dos fármacos para facilitar a produção, área na qual é notório o desacordo entre os dois blocos.
No início deste mês de junho, a UE apresentou propostas para um acordo multilateral na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre maior oferta de vacinas anticovid-19, propondo "licenças obrigatórias" nacionais, mas sem apoiar o levantamento das patentes sugerido pelos Estados Unidos.
Em causa está a iniciativa lançada pela Índia e pela África do Sul em outubro de 2020 no seio da OMC com vista à suspensão das patentes das vacinas contra a covid-19, à qual Joe Biden deu o seu apoio no início de maio.
Já defendido por ambos os lados do Atlântico é a partilha de vacinas com os países de baixo rendimento (através do mecanismo COVAX), tendo cada bloco contribuído já com três mil milhões de euros.
Na área climática, e dado o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris contra as alterações climáticas, esperam-se nesta cimeira avanços para uma abrangente agenda 'verde' transatlântica, com um compromisso conjunto para a neutralidade carbónica até 2050.
Em termos comerciais, Bruxelas e Washington têm a maior relação comercial bilateral do mundo, mas que nos últimos anos, com Donald Trump à frente da administração norte-americana, ficou marcada pela imposição de tarifas retaliatórias, de 25% sobre as importações de aço da UE e de 10% sobre o alumínio.
Com a chegada de Joe Biden, a situação mudou, tendo sido já anunciados compromissos para a suspensão de pesadas tarifas retaliatórias impostas após ajudas públicas à aviação e ainda para acabar com as disputas comerciais no seio da Organização Mundial do Comércio, que implicaram inclusive tarifas às importações de aço.
Relativamente à geopolítica, da declaração final da cimeira deverá conter referências à China e à Rússia, numa altura de tensão com Pequim e Moscovo.
Joe Biden venceu as eleições presidenciais nos Estados Unidos em novembro passado e em março deste ano já teve uma breve participação num Conselho Europeu por videoconferência.
O Presidente norte-americano, que está na Europa depois de uma participação na reunião do G7 no passado fim de semana, chegará pelo meio-dia local (11h00 em Lisboa) ao edifício do Conselho, com a cimeira a arrancar cerca de 15 minutos depois.
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