Os líderes políticos do G7, reunidos em Londres, no domingo, "condenaram veementemente" a tomada do poder pelo exército birmanês e a subsequente violência das forças de segurança contra a população civil, e apelaram para a "libertação imediata" de todos os detidos, incluindo a líder deposta, Aung San Suu Kyi.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros birmanês, por seu lado, afirmou que "os desenvolvimentos políticos internos (...) baseiam-se em "informação fabricada e tendenciosa de fontes não verificadas", noticiou o diário pró-governamental The Global New Light of Myanmar.
A junta militar afirmou que "é errado" falar de um golpe de Estado militar quando o exército "assumiu responsabilidades estatais" através de um mecanismo que consta da Constituição de 2008.
"O Exército e quem aplica a lei desempenham as funções estritamente dentro do quadro legislativo e regulamentos existentes. Em ocasiões em que o uso da força é necessário, as forças de segurança exercem uma utilização de máxima contenção para garantir a segurança pública", observaram.
Mais de quatro meses após a revolta que pôs fim à jovem democracia em Myanmar, o exército não conseguiu tomar o controlo de todo o país, apesar da repressão contra a oposição ao domínio militar.
As forças de segurança dispararam a matar sobre manifestantes pacíficos que exigiam a restauração da democracia e a libertação dos líderes eleitos.
Pelo menos 864 pessoas foram mortas na violência desencadeada pelas forças de segurança, de acordo com os dados da Associação para a Assistência aos Presos Políticos.
Alguns dos manifestantes decidiram pegar em armas contra o exército, cansados do pouco progresso dos protestos pacíficos.
O exército birmanês justificou o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro, que o partido liderado por Suu Kyi venceu, tal como em 2015. Observadores internacionais consideraram o escrutínio legítimo.
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