"Tudo indica que o que aconteceu em Reynosa não foram confrontos, mas sim um ataque astuto contra inocentes que custou a vida de 14 pessoas", afirmou Andrés Lopez Obrador numa conferência de imprensa realizada de manhã no Palácio Nacional, na Cidade do México, adiantando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) mexicana recebeu ordens para iniciar uma investigação.
Obrador considerou que se tratou de um "ataque cobarde", quando homens armados, a bordo de um automóvel, mataram a tiro 14 pessoas nos bairros de Almaguer, Lampacitos, Unidade Obrera e Bienestar.
Algumas das vítimas eram menores de 18 anos e nem sequer estavam a efetuar qualquer provocação quando foram abatidas, sublinhou o Presidente mexicano.
Obrador adiantou que a investigação da PGR mexicana vai "investigar a fundo" para que se possa conhecer os motivos do ataque e punir os responsáveis.
Os tiroteios levaram à mobilização do Exército, Guarda Nacional, polícia e procuradoria-geral.
Os incidentes ocorreram num contexto em que a violência não para de crescer no México, país que foi palco dos dois anos mais sangrentos da sua história em 2019, com 34.682 assassínios, e 2020, com 34.554.
Também hoje, o Ministério da Segurança Pública e Proteção ao Cidadão do México indicou que se registaram 2.963 homicídios em maio, o mês mais violento de 2021 e um dos dez mais sangrentos dos últimos seis anos.
A ministra, Rosa Icela Rodríguez, deu, no entanto, conta de uma redução anual de 2,9% no número de homicídios dolosos nos primeiros cinco meses deste ano.
A fronteira de Tamaulipas com os Estados Unidos tem sido palco de recentes eventos violentos.
Em maio, o presidente do Movimento de Regeneração Nacional (Morena, no poder), Mario Delgado, denunciou que um grupo armado o deteve durante uma viagem que fez entre Matamoros a Reynosa durante a campanha eleitoral para as eleições de 06 deste mês.
A 22 de janeiro deste ano, foram encontrados 19 corpos carbonizados num autocarro na cidade de Santa Anita, no município de Camargo, tendo-se posteriormente determinado que 16 deles eram cidadãos da Guatemala.
O Cartel do Golfo opera no estado de Tamaulipas, sendo uma organização criminosa em que diferentes grupos estão envolvidos numa violenta disputa interna para controlar um território chave para o tráfico de drogas e de seres humanos.
Domingo, o Grupo de Coordenação do Estado para a Construção da Paz em Tamaulipas assinalou 14 assassínios naqueles quatro bairros, bem como uma 15.ª vítima mortal, abatida a tiro durante um ataque à polícia perto da ponte fronteiriça em Pharr.
Apesar de jornalistas locais noticiarem 16 mortes, o número não foi confirmado oficialmente.
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