Angela Merkel criticou Portugal, esta terça-feira, por ter recebido turistas britânicos na final da Liga dos Campeões, que se realizou na cidade do Porto. "Agora temos esta situação [epidemiológica] em Portugal. Talvez tivéssemos podido evitá-la", foram as palavras da chanceler alemã.
A governante lançou assim também farpas ao que considera a falta de regras comuns na União Europeia (UE) relativamente às viagens, dando como exemplo a situação de aumento dos contágios em Portugal, que, como referido, considerou que poderia não estar a acontecer.
"O que lamento é que ainda não tenhamos sido capazes de alcançar um comportamento uniforme entre os Estados-membros em termos de restrições de viagem, isto é um retrocesso", declarou a responsável, falando em conferência de imprensa em Berlim.
"E é por isso que temos de trabalhar ainda mais" na área da coordenação, vincou Angela Merkel, aludindo nomeadamente à permissão dada por Portugal, que preside atualmente ao Conselho da UE, da entrada de turistas - como os britânicos. "Fizemos progressos bastante bons nos últimos meses [no que toca à pandemia], mas ainda não estamos onde eu gostaria que a UE estivesse", adiantou.
Preocupada com o avanço da variante Delta na Europa, Merkel aproveitou ainda para alertar a UEFA para o perigo das lotações nos estádios que recebem o Euro'2020, torneio que se está atualmente a realizar em diversas cidades do continente. Perante o perigo desta variante, Merkel instou ainda o órgão máximo do futebol europeu a tomar medidas: "Não creio que seja bom que haja estádios cheios".
De recordar que Portugal registou, nas últimas 24 horas, seis mortes associadas à Covid-19, 1.020 novos casos de infeções confirmadas pelo coronavírus SARS-CoV-2 e um novo aumento nos internamentos.
"Apenas uma questão de tempo" até a Delta se tornar dominante
Também presente na conferência de imprensa, Ursula von der Leyen admitiu ser "apenas uma questão de tempo" até a variante Delta se tornar a variante dominante no espaço comunitário. E defendeu ser "importante continuar a vacinar o mais rapidamente possível", dado esta ser uma mutação do vírus mais contagiosa.
Para 1 de julho próximo está prevista a entrada oficial em vigor do certificado digital Covid da UE, comprovativo da testagem (negativa), recuperação ou vacinação contra a doença, que visa uma retoma da livre circulação durante o verão, mas prevendo a reintrodução de restrições caso a situação epidemiológica o justifique.
A gestão das medidas sanitárias aplicadas às viagens é feita por cada país, pelo que, mesmo com o certificado, os países podem solicitar mais testes ou impor quarentenas aos viajantes.
[Notícia atualizada às 18h24]
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