"Vacina chinesa é ineficaz e a russa não será aprovada pela UE"
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, levantou sexta-feira dúvidas quanto à eficácia da vacina chinesa contra a covid-19, apontando como exemplo a falta de resultados da Sinovac no Chile, e também quanto à russa Sputnik.
© Reuters
Mundo Mario Draghi
"A vacina chinesa (Sinovac), que nunca fez o pedido [de autorização, junto da Agência Europeia de Medicamentos - EMA] e que, em todo caso, a EMA também não aprovou, mostrou-se inadequada para enfrentar a pandemia, como se pode verificar pela experiência do Chile", disse Draghi.
O Chile tem usado principalmente a vacina Sinovac para imunizar sua população, seguida, embora em menor medida, pela Pfizer/ BioNTech, AstraZeneca e CanSino.
Um estudo da Universidade do Chile indicou em abril que a vacina do laboratório chinês Sinovac é 54% eficaz e que desacelerou em cerca de 10% o aumento de novos casos diários que o Chile vinha experimentando há dois meses, e até 64% nas pessoas com mais de 70 anos.
Estes resultados revelam eficácia significativamente inferior à das vacinas Pfizer ou AstraZeneca, usadas em maior escala noutros países.
No Brasil, onde a vacina Coronavac também tem sido a mais usada, na quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro questionou a eficácia desta vacina, afirmando que está a ter problemas em diferentes países que a utilizam, apontando também o exemplo do Chile.
Falando hoje numa conferência de imprensa em Bruxelas após a cimeira da União Europeia, Draghi disse ainda sobre a vacina russa Sputnik V que esta "não conseguiu, e pode nunca vir a ter, a aprovação da EMA".
Alertou ainda para a rápida disseminação da variante delta do novo coronavírus, detetada pela primeira vez na Índia, mas já presente em pelo menos 85 países.
"A pandemia não acabou, ainda não saímos dela", disse Draghi.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos 3.903.064 vítimas em todo o mundo, resultantes de mais de 179.931.620 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.081 pessoas e foram confirmados 871.483 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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