Três anos após aquele que foi considerado o ataque mais mortífero a uma redação de um jornal da história dos Estados Unidos vai começar o julgamento que pretende determinar se Jarrod Ramos estava legalmente são no momento em que levou a cabo o tiroteio em massa.
A escolha do júri foi concluída na passada sexta-feira no caso contra Ramos, que ligou para o 911 (o equivalente ao 112 em Portugal) momentos depois do ataque, ainda de dentro da redação, identificou-se como o atirador e disse ter-se rendido. Mais tarde, foi detido deitado de bruços debaixo uma mesa.
Ramos declarou-se culpado de todas as 23 acusações contra si em outubro de 2019, mas alega não ser criminalmente responsável, por sofrer de doença mental. É isso que será decidido neste julgamento.
Caso o júri lhe dê razão, será internado num hospital psiquiátrico de segurança máxima em vez de ir para a prisão, mas os procuradores estão a pedir que seja condenado a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
O juiz estimou que o julgamento deverá durar 10 dias úteis, tendo explicado durante a escolha do júri que a “grande maioria” do caso consistirá no depoimento de especialistas em saúde mental, chamados pelos advogados de defesa e procuradores do Ministério Público, conta a Associated Press.
O julgamento foi inicialmente marcado para novembro de 2019, mas os advogados de Ramos obtiveram um adiamento, depois de afirmarem não ter recebido informações adequadas sobre o que os especialistas do Ministério Público pretendiam dizer ao júri. Foi adiado novamente, em fevereiro de 2020, depois de um dos três defensores públicos de Ramos ter deixado o caso por motivos de saúde, tendo sido marcado para junho de 2020. Posteriormente a pandemia foi a responsável pela nova data.
Recorde-se que, a 28 de junho de 2018, Jarrod W. Ramos entrou na redação do jornal Capital Gazette em Annapolis, no estado norte-americano de Maryland, e abriu fogo. Mais de 170 pessoas estavam dentro do edifício no momento do incidente e o ataque acabou por vitimar mortalmente quatro jornalistas e uma assistente de vendas. O homem tinha um histórico bem documentado com o jornal, que incluía um processo judicial e anos de assédio aos jornalistas nas redes sociais antes desse momento.
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