Durante uma entrevista à televisão pública ZDF, Braun descreveu como "um grande equívoco" as declarações segundo as quais o Governo alemão não quer regras mais restritas de combate à pandemia de covid-19, lembrando que no seu país não há muita margem para agir de outra forma.
Braun lembrou que a quarentena obrigatória de 14 dias para viajantes que regressam de Portugal e da Rússia entra em vigor hoje, mesmo que tenham a vacinação completa, e já está em vigor há dias para os da Índia e do Reino Unido.
"Para áreas de risco devido à presença de variantes do vírus, já temos as regras mais rígidas em toda a Europa. Não vi ninguém pedir mais de 14 dias de quarentena. Essa é a regra mais rígida a nível europeu. O nosso ponto fraco é que outros países da Europa não a têm ", explicou Braun, que é chefe da Chancelaria e ministro federal para Assuntos Especiais.
Helge Braun disse estar "muito preocupado" com a possibilidade de novas variantes, como a Delta, poderem entrar no país através de viajantes, incluindo aqueles que entram na Alemanha por motivos de trabalho.
Nesse sentido, sublinhou que o Ministério do Interior já se mostrou disposto a realizar controlos aleatórios nas fronteiras com os países vizinhos afetados pela variante Delta, como foi feito no verão passado.
Braun indicou que a variante Delta representa na Alemanha cerca de 50% das novas infeções, de forma que quem não teve a possibilidade de receber as duas doses da vacina "tem de fazer testes regularmente", pelo menos duas vezes por semana.
No caso dos viajantes, o ministro alemão mostrou-se a favor da intensificação dos controlos sanitários na chegada à Alemanha de pessoas de áreas de risco e a favor de análises adicionais, "possivelmente obrigatórias", para travar o avanço da variante Delta.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.925.816 de vítimas em todo o mundo, resultantes de 181.026.547 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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