Valendo-se de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de não produzir provas contra si, Wizard repetiu a frase "me reservo o direito de permanecer em silêncio" na sequência de todas as perguntas que lhe foram feitas pelos senadores que integram a CPI da covid-19.
O empresário é suspeito de integrar e financiar um suposto gabinete paralelo que terá influenciado políticas públicas 'negacionistas' e a defesa de tratamentos com remédios sem eficácia científica comprovada contra o SARS-CoV-2, como a cloroquina, que são defendidos pelo Presidente do país, Jair Bolsonaro.
Antes de se recusar a responder às perguntas dos senadores, Wizard teve o direito de fazer um breve discurso no qual adotou um tom religioso para exaltar a sua carreira e trabalho missionário de sua família, além de defender-se das suspeitas que pairam contra si.
Wizard, que tinha faltado numa primeira convocatória da CPI da covid-19 e teve o passaporte retido ao voltar ao Brasil esta semana, explicou que não compareceu à comissão antes por estar nos Estados Unidos da América cuidando do pai idoso e de uma filha que está grávida.
O empresário negou todas as suspeitas que pesam contra si e afirmou ter conhecido o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, que o convidou para atuar no Governo durante a pandemia, numa missão humanitária em Roraima de acolhimento a refugiados e imigrantes venezuelanos.
Wizard negou ter conhecimento da existência do alegado gabinete paralelo de aconselhamento ao Presidente brasileiro e justificou a sua defesa do tratamento precoce com remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19 dizendo que mudou de opinião ao perceber que o entendimento da ciência evoluiu.
O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia covid-19 e, até agora, acumulou 515.985 mortes e 18,5 milhões de infetados.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.940.888 mortos no mundo, resultantes de mais de 181,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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