"Encontrámos alguns corpos nos campos e outros nas casas destruídas. Foram mortas pessoas nas suas casas. Os atacantes levaram alguns bens e destruíram casas", disse Jean Bosco Lalo, presidente da sociedade civil na província de Ituri, onde Bahema, a cidade atacada, se encontra, citado pela agência espanhola EFE.
Segundo Lalo, "estes atacantes tinham-se infiltrado na população, o que mostra que há pessoas que colaboram com os rebeldes", uma informação também confirmada à EFE pelo porta-voz do exército regional, Jules Ngongo.
"Não podemos compreender que os rebeldes estejam entre a população desde ontem [domingo] e que a população não nos informe. É inaceitável. Exortamos a população a denunciar a presença de atacantes", disse Ngongo.
As províncias do Kivu Norte e Ituri, atingidas durante anos por um conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados regulares do exército, têm estado sitiadas e sob administração militar desde 06 de maio, em resposta à crescente violência.
Em 01 de julho, 11 civis foram mortos na província vizinha do Kivu Norte pela Frente Democrática Aliada (ADF) da milícia ugandesa, que alguns dias antes, em 28 de junho, também tinha matado pelo menos 14 civis noutra cidade de Ituri.
O Codeco é outro dos grupos armados que operam no nordeste do país e é constituído pela comunidade lendu, um dos grupos étnicos da região.
Embora tenha nascido como uma estrutura de apoio financeiro aos agricultores lendu, transformou-se progressivamente numa milícia em conflito com a comunidade hema, um grupo étnico de pastores da zona, com os quais está em conflito por causa da terra.
O nordeste da RDCongo tem estado mergulhado num longo conflito alimentado por dezenas de grupos rebeldes armados nacionais e estrangeiros, apesar da presença do exército congolês e das forças da Missão das Nações Unidas (Monusco), que conta atualmente com mais de 14.000 soldados destacados no país.
Espalhados entre as províncias do Kivu Norte, Kivu Sul, Ituri e Tanganica, operam cerca de 120 grupos armados, de acordo com o último relatório publicado pela ferramenta de monitorização de segurança Kivu Security Tracker.
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