"Viktor Babaryko foi condenado a 14 anos de prisão numa colónia prisional de segurança máxima", indicaram os seus apoiantes na rede social Twitter.
O opositor foi condenado por ter recebido subornos "em quantidade significativa" e por branqueamento de capitais, indicou a organização não-governamental bielorrussa Viasna, divulgando a decisão do Supremo Tribunal bielorrusso.
O facto de o Supremo Tribunal ter proferido esta decisão impede Babaryko de apelar desta decisão.
O ativista, de 57 anos e ex-banqueiro, era considerado o oponente mais forte contra a candidatura do atual Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, nas eleições presidenciais de 2020.
Babaryko também foi hoje condenado a uma multa de cerca de 45 mil euros e proibido de exercer cargos de direção, segundo um jornalista independente presente na audiência.
A acusação afirma que o opositor cometeu os crimes pelos quais foi condenado enquanto estava à frente do Belgazprombank, filial bielorrussa de um banco pertencente ao gigante russo Gazprom.
Sete outros ex-funcionários deste banco, que se confessaram culpados e testemunharam contra Babaryko, foram condenados a penas que variam de três a seis anos de prisão, segundo o jornalista independente.
A reeleição de Lukashenko gerou um movimento de protesto sem precedentes no verão passado, reunindo dezenas de milhares de manifestantes durante meses.
A conselheira mais próxima de Babaryko, Maria Kolesnikova, foi uma das três figuras femininas que lideraram o protesto após as prisões de vários candidatos que pretendiam concorrer às eleições.
Maria Kolesnikova foi presa depois de se recusar a ir para o exílio. As outras duas, Svetlana Tikhanovskaya, que se tornou o rosto da oposição, e Veronika Tsepkalo, fugiram da Bielorrússia.
A condenação Babaryko ocorre num clima de processos judiciais generalizados contra opositores, ONG e jornalistas na Bielorrússia.
"Podemos construir um país com valores humanistas onde o indivíduo seja respeitado", disse Babaryko no final de junho, durante o seu julgamento, referindo ainda que acreditava numa "Bielorrússia feliz, honesta e aberta".
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