Presidente deposto da Coreia do Sul volta a falhar interrogatório

O presidente deposto da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, não compareceu esta quarta-feira, pela segunda vez, para interrogatório sobre a imposição da lei marcial, disse uma equipa especial de investigação.

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Lusa
25/12/2024 06:11 ‧ há 11 horas por Lusa

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Coreia do Sul

Yoon tinha sido convocado para estar na sede da agência anticorrupção, o Gabinete Sénior de Investigação de Corrupção, em Gwacheon, nos subúrbios de Seul, às 10:00 (01:00 em Lisboa), mas não apareceu.

 

Esta é a segunda vez que Yoon, um antigo procurador, se recusa a obedecer a intimações dos investigadores, depois de ter rejeitado uma primeira intimação, em 18 de dezembro.

Em ambos os casos, as cartas de citação foram devolvidas ao remetente após terem sido recusadas.

A agência anticorrupção pode agora enviar uma terceira intimação ou tentar obrigar Yoon a comparecer, solicitando a um tribunal um mandado.

Na segunda-feira, o advogado de Yoon já tinha alertado que seria improvável que o presidente deposto compareçesse hoje perante a equipa especial.

"O presidente acredita que o julgamento de destituição perante o Tribunal Constitucional deve ter prioridade [sobre as investigações criminais]", explicou Seok Dong-hyeon.

Além de ser alvo de uma investigação criminal, Yoon tornou-se, a 14 de dezembro, o primeiro presidente em exercício a ser destituído na história da Coreia do Sul, por ter imposto a lei marcial em 03 de dezembro.

Na segunda-feira, o principal partido da oposição da Coreia do Sul disse que quer também destituir o presidente interino, por Han Duck-soo se recusar a iniciar uma investigação política a Yoon.

O Partido Democrático (PD) tinha dado a Han um ultimato para promulgar duas leis destinadas a criar comissões especiais de inquérito independentes.

Uma comissão iria investigar a imposição por parte de Yoon da lei marcial e o envio do exército para tentar impedir o parlamento de suspender este medida, enquanto a outra iria investigar acusações de corrupção contra a mulher de Yoon, Kim Keon-hee.

Han recusou o pedido da oposição, defendendo que tais leis deveriam ser objecto de um consenso entre partidos.

"Vamos iniciar imediatamente um processo de destituição contra Han", disse o líder da oposição na Assembleia Nacional, Park Chan-dae.

A Constituição da Coreia do Sul prevê que o parlamento possa destituir o presidente por maioria de dois terços dos votos, e o primeiro-ministro e outros membros do governo por maioria simples.

A oposição, que tem 192 dos 300 lugares na Assembleia Nacional, afirma que só precisa de uma maioria simples para depor Han, uma vez que este é também primeiro-ministro.

O Partido do Poder Popular, no poder, defende que é necessária uma maioria de dois terços, uma vez que Han é o presidente interino.

O PD também exortou ainda o atual líder do país a nomear rapidamente juízes para os lugares vagos no Tribunal Constitucional.

Este tribunal, que está a analisar o pedido de destituição de Yoon, tem seis meses para pronunciar-se sobre a validade da decisão.

Leia Também: Oposição quer demitir presidente interino da Coreia do Sul

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