"Na cidade de Geilenkirchen [Renânia do Norte-Vestfália], o hospital e a baixa da cidade estão cheios de água, onde o trânsito não pode circular e está isolada. Os pacientes que estavam no hospital foram para outros locais aqui da zona", declarou hoje à Lusa Amílcar Vaz Teixeira, que vive na Alemanha há 50 anos.
"O tráfego nas linhas de comboio foi suspenso em Geilenkirchen", referiu ainda o emigrante, que trabalha numa empresa de produtos para a aviação.
"Eu vivo em Heinsberg - cidade vizinha de Geilenkirchen -, que está situada a 15 quilómetros da Holanda e a 30 da Bélgica, fica neste triângulo [entre os três países]", afirmou Teixeira.
"Na nossa cidade, felizmente, [a situação] ainda está bem, apesar de haver duas aldeias que pertencem à cidade na quais que o trânsito está proibido de circular por causa das cheias. As estradas estão cheias de água. Na nossa cidade, ainda não ouvi nada sobre hospitais cheios de água, não há nada", indicou.
Segundo Teixeira, "há outras zonas bem mais afetadas na Alemanha, nomeadamente a região que fica a 60 quilómetros mais a sul da nossa cidade".
"A zona de Eifel [que ocupa parte do sudoeste da Renânia do Norte-Vestfália e do noroeste da Renânia-Palatinado] foi bastante atingida, como na cidade de Stolberg, onde há vítimas mortais e casas que caíram, 60 pessoas continuam desaparecidas e não se sabe quantas estarão mortas", declarou.
De acordo com Teixeira "também a cidade de Hagen, na Renânia do Norte-Vestfália, onde vivem muitos portugueses, foi muito atingida, ficando com o trânsito muito afetado".
"Não tenho conhecimento de mortos na comunidade portuguesa. Se houvesse, garanto que já saberíamos, pois estamos todos muito ligados pelas redes sociais, pelo Facebook. Conheço muita gente em Hagen, Dortmund e estamos sempre em contacto", declarou.
A situação que decorre das cheias na Alemanha está a ser acompanhada pelo Consulado Geral de Portugal em Düsseldorf e pelo Consulado Geral de Portugal em Estugarda. Não existe, até ao momento, registo de cidadãos nacionais afetados ou de qualquer pedido de ajuda, segundo informação do gabinete da secretária de Estado das Comunidades.
Pelo menos 21 pessoas morreram, 19 na Alemanha e duas na Bélgica, depois de fortes chuvas atingirem vários países europeus nos últimos dias, provocando inundações, desabamentos e enormes danos materiais, informaram hoje as autoridades.
Segundo as autoridades alemãs, dezenas de pessoas estão desaparecidas após as fortes chuvas que estão a cair sobretudo desde quarta-feira no país e os bombeiros estão mobilizados hoje para resgatar moradores de várias localidades afetadas.
Chuvas excecionalmente intensas também inundaram uma parte do nordeste da França esta semana, derrubando árvores e forçando o fechamento de dezenas de estradas, e as fortes chuvas atingiram também os Países Baixos, o Luxemburgo e a Suíça.
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