Caracas condena decisão do Chile de conceder asilo a Emílio Graterón

A Venezuela condenou hoje a decisão "irresponsável" do Chile de conceder asilo político ao opositor Emílio Graterón, na sua Embaixada em Caracas, e acusa o Governo chileno de acatar ordens dos Estados Unidos.

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Lusa
17/07/2021 19:02 ‧ 17/07/2021 por Lusa

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Venezuela

"O Governo da República Bolivariana da Venezuela rejeita a decisão do Governo da República do Chile de contribuir para o branqueamento da violência sofrida pela população caraquenha nas últimas semanas, oferecendo abrigo na sua sede em Caracas a um dos seus principais promotores, solicitado desde há dias pela justiça venezuelana", afirma um comunicado.

No documento, divulgado pelo ministério venezuelano de Relações Exteriores, Caracas afirma que, "com esta decisão, fora da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, o impopular e moribundo Governo chileno faz-se cúmplice das ações violentas contra o povo venezuelano e ratifica o seu pouco interesse pela paz e estabilidade na Venezuela".

"Não é de estranhar que o Chile anuncie esta nova e irresponsável ação do dia de hoje, poucas horas antes da reunião, em Washington, entre o secretário de Estado dos Estados Unidos (Antony Blinken) e o ministro de Relações Exteriores chileno, Andrés Allamand. A eficiência no cumprimento das ordens recebidas nessa reunião fica publicamente comprovada, minutos mais tarde", afirma.

Segundo o documento "o Estado venezuelano continuará a garantir a paz e a segurança em todo o território nacional, apesar das agressões violentas planeadas e promovidas (desde) fora das suas fronteiras".

O Chile anunciou hoje que, a pedido do líder opositor venezuelano Juan Guaidó, acolheu na qualidade de hóspede, na residência da Embaixada chilena em Caracas, o dirigente opositor venezuelano Emílio Graterón, após uma solicitação de detenção feita pelo regime.

Em um comunicado o Ministério de Relações Exteriores do Chile, explica que a decisão "tem como propósito dar proteção a esta pessoa, que sofre de perseguição política de parte do regime de Nicolás Maduro".

"O Chile reitera que é inaceitável a existência de presos políticos na Venezuela e que a [recente] detenção arbitrária do deputado Freddy Guevara constitui atos que atentam contra as normas básicas dos direitos humanos, do respeito pelas garantias individuais e a criação de confiança para avançar com uma transição plena para a democracia nesse país", conclui.

Advogado e político venezuelano, Emilio Graterón Colmenares foi presidente da Câmara Municipal de Chacao (leste de Caracas) entre 2008 e 2013 e é coordenador do partido opositor Vontade Popular, dirigido por Leopoldo López (atualmente asilado em Espanha) e ao qual pertencia Juan Guaidó.

Em 13 de julho o Governo venezuelano voltou acusou a oposição de estar a armar, com o apoio da Colômbia, "criminosos para desestabilizar" o país e pediu a detenção dos opositores Gilber Caro, Luís Somaza, Hasler Iglesias e Emilio Graterón, do partido opositor Vontade Popular.

A acusação foi feita por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional (eleita em dezembro de 2020 e controlada pelo chavismo), durante uma conferência em que acusou os opositores de envolvimento em planos de conspiração para assassinar Nicolás Maduro e pediu ao Ministério Público que ordene que sejam detidos.

O pedido de detenção dos opositores teve lugar um dia depois de as autoridades venezuelanas tentarem deter, sem sucesso, o líder político opositor Juan Guaidó, detendo, entretanto, o ex-vice-presidente do parlamento (eleito em 2015), o oposicionista Freddy Guevara, que "será acusado dos crimes de terrorismo, de atentado contra a ordem constitucional, de associação para cometer um crime e de traição à pátria".

Leia Também: Venezuela. Embaixada do Chile acolhe opositor Emílio Graterón

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