Mais de 4.200 pessoas morreram de mucormicose (ou "fungo negro"), uma doença geralmente rara, mas que se espalhou na Índia entre os doentes com covid-19 após a sua recuperação, indicou hoje no parlamento o ministro-adjunto da Saúde, Bharati Pravin Pawar.
Esta doença fúngica muito agressiva, cuja taxa de mortalidade ultrapassa os 50%, obrigou os cirurgiões a removerem olhos, narizes e maxilares de alguns doentes para impedirem que a infeção chegasse ao cérebro.
Segundo o Governo, o Estado de Maharashtra, no oeste do país, é o mais atingido, com 9.348 casos.
Antes da pandemia de covid-19, a Índia registava apenas 20 casos de mucormicose por ano, tratando-se de uma doença que afetava sobretudo as pessoas imunodeprimidas, com níveis demasiado elevados de glicemia no sangue, infetadas com sida ou que tivessem sido submetidas a transplante de órgãos.
Os especialistas atribuíram este enorme aumento dos casos de mucormicose ao uso excessivo de esteroides para tratar os doentes de covid-19.
O Governo indiano declarou a mucormicose uma epidemia em maio, altura em que o número de casos começou a subir em flecha.
Os números das autoridades mostram que as infeções conheceram um pico em maio e junho, antes de decrescerem de forma significativa.
As redes sociais foram então inundadas com apelos desesperados em busca de tratamento para curar a doença.
O jornal Hindustan Times noticiou na segunda-feira um aumento dos casos entre as crianças do Estado do Rajastão, no norte da Índia.
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