Em conferência de imprensa, o chefe de Estado explicou que a declaração do estado de emergência permitirá "a mobilização de todos os recursos necessários para restabelecer a ordem".
O governante assegurou que a polícia recuperou o controlo dos dois estabelecimentos prisionais onde os motins eclodiram, na quarta-feira à noite, e enviou uma mensagem às "máfias" que lutam pelo controlo das prisões.
"Às máfias que tentam intimidar este país, quero dizer-lhes que estão enganadas se pensam que este governo vai agir com a mesma tibieza que os governos anteriores", disse.
"Vamos usar todo o poder da lei para impor o Estado de Direito, para garantir a paz e os direitos humanos nas prisões do Equador", acrescentou.
Os incidentes registaram-se na Prisão 1 da província costeira de Guayas, próxima da cidade portuária de Guayaquil (sudoeste), e na cidade andina de Cotopaxi, próxima de Latacunga (centro).
Na penitenciária de Guayaquil, o Serviço Nacional de Atenção às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI, na sigla em espanhol) indicou que oito presos morreram e três polícias ficaram feridos, tendo sido transferidos para unidades de saúde da cidade.
Os motins na prisão de Latacunga provocaram 14 mortos e 41 feridos, incluindo cinco agentes da polícia, elevando o total de reclusos mortos nos incidentes para 22.
Um balanço anterior dava conta de um total de 18 presos mortos.
O presidente do Equador anunciou ainda a substituição do diretor do SNAI, Edmundo Moncayo, pelo coronel reformado e antigo legislador Fausto Cobo.
A ministra do Governo (Interior), Alexandra Vela, assegurou também que seria instaurado um processo penal contra um preso acusado de violar uma agente da polícia, durante o motim.
A violência nas prisões do Equador não é um fenómeno novo.
Nos últimos anos, ocorreram vários confrontos violentos entre gangues adversários.
Em abril, uma disputa entre dois grupos espalhou-se por quatro centros de detenção nas cidades de Guyaquil, Cuenca e Latacunga.
Esses confrontos fizeram cerca de 80 mortes e 20 feridos, o que gerou um debate sobre as fragilidades dos organismos penitenciários para controlar as prisões do país.
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